O nome do [nosso] bairro é Amaury Alves de Menezes. De partida, uma obrigação enorme de zelarmos pelo bairro.
Montes e monturos de material descartado em frente à maioria das casas. Não é lixo. A Prefeitura recolhe o lixo religiosamente a cada dois dias. Fica feio, testemunha mal contra a nossa civilidade e coloca em dúvida o nosso comprometimento coletivo.
Temos cerca de dois mil carroceiros em Paulo Afonso que só têm essa opção para ganhar o pão de cada dia. Vinte, quinze, ou até dez reais – que gastamos sem pensar sem nenhuma resistência nos nossos pequenos prazeres diários, e eles nos livram dos monstrengos que muito mal depõem contra o amor que temos pelo bairro e pela nossa cidade.
Sempre vem à mente a declaração do prefeito falecido de São Paulo, Bruno Covas, que “Não é a Prefeitura que joga lixo nas ruas”.
Vamos lá, pessoal, nós que tanto falamos e reclamamos justiça social! Ocupemos os nossos carroceiros com a nossa dedicação e responsabilidade social. Fácil desejar e reclamar justiça social – com o dinheiro dos outros!
O dinheiro que lhes pagamos mal dá para matar a fome, deles e da burra amiga que, atrelada e escravizada, são, em última análise, parceiros fundamentais para a limpeza da cidade.
Francisco Nery Júnior