A Prefeitura precisa despertar. O Estado da Bahia, dono e gestor da rodovia, deve se engajar e a Chesf, de tradição e reputação sedimentadas, deve se sensibilizar. Estamos, afinal, considerando a segurança de vidas humanas, aquelas de trabalhadores no afã de sustentar as suas famílias. Parece-nos a hora de todos se manifestarem. Protestar e exigir o que salta aos olhos como uma prioridade.
Nos parece de bom alvitre a republicação de matéria de nossa autoria publicada neste site em 19 de agosto de 2022 com a aquiescência dos nossos redatores.
Dia do ciclista
Eles usam a bicicleta para evitar pagar uma tarifa de transporte coletivo que lhes levaria boa parte do salário que ganham. Pedalam de sol a sol e conseguem alguma coisa para as necessidades as mais básicas. Oram e invocam o seu santo para não adoecer, o que lhes confiscaria todo e qualquer centavo ganho e lhes acumularia uma dívida impagável.
A bicicleta é o transporte obrigatório dos nossos operários. Se eles se unissem – os milhares de ciclistas de Paulo Afonso – pela prometida ciclovia, algum poderoso já lhes teria chegado perto. A ciclovia certamente sairia do papel.
A cidade é plana. Não se trata de pistas elaboradas a pó de ouro. O orçamento da cidade é polpudo e engordado pelos royalties da Chesf. O deslocamento urbano de um operário é para ser levado a sério. Mas a ciclovia não sai.
Então, no dia do ciclista, nada de parabéns. Nada de bolodório, nhenhenhém, palavrório ou conversa fiada.
No dia dos ciclistas, pelo menos uma palavra de esperança para um sistema de ciclovias que lhes possa proporcionar um deslocamento seguro para o seu local de trabalho. Para o ciclista esportivo, lazer, saúde e esporte com segurança.
Francisco Nery Júnior
Quisera poder calar... Mas vejo com tristeza tantas outras obras menos emergências sendo construídas num piscar de olhos, enquanto o número de acidentes dos mais leves aos que somam óbitos, por falta de uma ciclovia se agigantando. São seres humanos em buscar do pão de cada dia. PENSEM NISTO.
Minha total solidariedade a mais um grito, um pedido de socorro, um minuto de atenção que vem clamando o Professor Francisco Nery, no que diz respeito à urgente e sempre adiada decisão de se construir uma ciclovia ligando a Ilha de Paulo Afonso ao Bairro Tancredo Neves onde moram perto de cinquenta mil pessoas. Há anos temos acompanhado e apoiado essa luta para que vereadores, gestores municipais, o governo do Estado da Bahia abram os olhos e vejam que, vez por outra, o assunto volta à mídias sociais noticiando o pranto e a dor de quem perdeu entes queridos, pela irresponsabilidade de alguns maus motoristas mas, sobretudo pela omissão, desrespeito de quem poderia fazer muito mais por aqueles que, parecem ter valor apenas antes de cada eleição. E o que nos deixa ainda mais indignados com essa falta de prioridade para a manutenção de vidas produtivas em Paulo Afonso é que há anos atrás foram gastos milhões de reais em uma ciclovia em Glória, pintada com as cores do Estado da Bahia, sem qualquer serventia e, há anos, tomada pelo mato, tem sido apenas área de lazer para os bodes da região. Se alguém desconhece a urgente necessidade dessa CICLOVIA PA/BTN, procure ver, no começo da manhã e no final do dia, o grande fluxo de trabalhadores que moram no BTN e vêm trabalhar em Paulo Afonso. De bicicleta. Acorda gente!!! E não me venham mais com promessas politiqueiras em véspera de eleições.