Aconteceu no Senado Federal. O orador, o senador Esperidião Amin de Santa Catarina. Como era de se esperar - enquanto o sanfoneiro toca, a turma só bebe e rala o bucho -, nada de atenção. A seu lado, apenas quatro senadores educados faziam sala; audiência.
Um trilhão de dólares - dólares! - foi quanto o Brasil pagou a mais - a mais! - de 1994 até este momento, de juros da dívida pública em comparação aos países da Europa aí incluída a Turquia. O montante se refere, a mais, do que a média de juros pagos por aqueles países.
Vale a pena insistir: o trilhão é de dólares! US$1.000.000.000.000,00. Se considerarmos que, no início deste século, cerca do ano 2.000, a dívida se resumia a apenas cerca de 80 bilhões de reais, fica assentada de quem a responsabilidade de o Brasil ter caído na fossa profunda em que está.
Do orçamento, contemplado o custeio da máquina [pesada] do governo e o pagamento dos juros da dívida criminosa, quase nada resta para investimento. E o Brasil estagna. Atola. Para. Encrenca. Desanima. Decepciona e dá ré.
Assim sendo, como pode acontecer como no brado do senador, melhor pararmos por aqui. Depois da festa, inevitavelmente a ressaca, o tombo e a desgraça de um povo que salta e dança, como nos tempos de Noé. Lamentavelmente quem não ouve sossega, ouve coitado.
E a História se repete. A banda toca e o navio afunda.
Francisco Nery Júnior
P.S. A figura de um trilhão de dólares foi estimada por um economista a pedido do senador. Ao seu discurso, nenhum pedido de aparte. Os colegas se ocupavam com os mais diversos assuntos outros da República.