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Professor Nery

A minha professora que não morreu

Publicada em 15/07/23 às 22:52h - 933 visualizações

Francisco Nery Júnior


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A minha professora que não morreu
 (Foto: Arq. Folha Sertaneja e imagem ilustrativa)

Nota do Editor:

Nesta tarde de 15 de julho, choveram telefonemas e mensagens de WhatsApp deste editor querendo notícias sobre o nosso querido Professor Francisco Nery. É que um carro de som passou pelas ruas anunciando o falecimento de pessoa com o mesmo nome de Francisco Nery e todos queriam saber se se tratava do Nery, que foi professor do COLEPA e do CIEPA por dezenas de anos.

A tensão aumentou quando, durante boas horas, liguei para o seu celular e não tive resposta.

Consegui descobrir na troca de informações que o Sr, Francisco Nery, que falecera, era filho de um pioneiro da Chesf, trabalhador do SPOM, morador da Avenida Bahia (próximo da antiga Escola Adozindo da Chesf, hoje um núcleo da UNEB) a cuja família apresentamos o nosso pesar, como votos que o Espírito Santo consolador conforte a todos os familiares nessa hora de perda e de dor.

Algumas horas depois, o telefone toca. Era o Professor Nery que disse estar na feira – ele adora uma feira livre - e sem o celular... Contei-lhe o sucedido e ele lembrou de uma história semelhante, dos seus tempos de estudante em Salvador e nos conta essa passagem. 

(Antônio Galdino – editor do site) 

A minha professora que não morreu

Por Francisco Nery Jr.

Ela era nossa professora na PUC de Salvador. Eu com 23 e ela ao redor dos sessenta anos. Um dia chegou em sala de aula esbaforida. Ela era descuidada, se vestia sem rigor e nada devia de apego ao establishment. Nós gostávamos da sua falta de apego, ela que sempre se propunha a nos conduzir nos caminhos da literatura.

Um dia chegou mais agitada. Entrou na nossa sala meio como um fantasma. Pelo que me lembro, tivemos, com ela, ou por ela, uma das nossas melhores aulas. O fato é que ela tinha, naquele dia, de volta do trabalho, encontrado a sua casa em polvorosa; cheia de gente, vizinhos, conhecidos e parentes, todos tristes e penitentes a lamentar a sua morte. Ela, nesse momento - e nessa incerteza - "não sabia se estava viva ou se estava morta".

Isso aconteceu lá pelos anos setenta e ela já deve ter passado pela morte desta vez certa.

Eu, seu aluno dedicado e agradecido, ainda vivo, isto é, em vida, escuto, da minha casa no BNH, nesta tarde de julho, os acordes dolentes do carro de som do serviço funerário de um homólogo Francisco Nery a caminho da sua morada final no cemitério local.

E - vivo - narro, instado pelo meu redator-chefe, para os meus leitores, a história de uma professora especial que fez diferença em minha vida de estudante de literatura.

Francisco Nery Junior

Paulo Afonso, BA, sábado, 15 de julho de 2023 - 15:33





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3 comentários


Marcos Antônio Lima

16/07/2023 - 11:52:19

Vida longa ao mestre, Prof. Nery.


Zuleide souza

15/07/2023 - 23:47:12

Kkkkkkkk tirando a parte do falecimento legítimo do Francisco Nery,essas duas histórias torna-se engraçadas kkkkk Feliz vida aos dois mestres Nery e Galdino! Abraços! Kkk


Lígia Moreno DE SOUZA

15/07/2023 - 23:07:38

Tive o prazer de ser aluna desse grande mestre.


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