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Professor Nery

Campo de futebol do Bairro Rodoviário

Uma crônica do Prof. Nery

Publicada em 12/08/23 às 22:06h - 703 visualizações

Francisco Nery Júnior


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Campo de futebol do Bairro Rodoviário
 (Foto: Divulgação Ascom PMPA)

O título fala de futebol. Me lembra os meus tempos do baba de rua. Eu sempre no gol. Os deveres escolares de casa e a leitura dos livros do velho e dos artigos de A Tarde; bem, como dizer, eles me condenavam ao gol. Interessante que o goleiro é o guardião do gol. Ele fraco, despreparado, a bola entra e o time afunda com ele. Mas é aos mais fracos, os pernas-de-pau, que está destinado o gol atrás da pequena área. Os guardiões são os menos considerados e consultados, embora busquem dar o melhor de si.  

Então, no futebol, nos esportes mais abrangentemente, a Prefeitura Municipal capricha. Há que ser dito. Capricha como deve ser. O pessoal desta capitania esportiva deve achar os procedimentos e incentivos insuficientes. Sabe o leitor que eles estão certos? É sempre preciso querer mais para ir pra frente. O que vem a mim nunca o lançarei fora e, se o indivíduo não estiver sempre querendo mais, terá sempre menos. Antes que o leitor passe por cima, planando descontraidamente sobre o texto, a primeira afirmação é do Cristo e a segunda de Aristóteles Onassis, o velhinho que faturou Jaqueline Kennedy viúva por ser bem contemplado no campo viril segundo línguas.

Assim sendo, a nossa prefeitura, com o nosso dinheiro, multiplica os campos de futebol ao redor da cidade. Faz bem e bem mais faz. Afinal, é dever do governante propiciar lazer para o povo. Nos campos de futebol, a turma, na idade das bobagens e dos deslizes, se ocupa e produz esporte, lazer e desenvolvimento mental; entrosamento social e interação comunitária. O leitor deve estar batendo palma. Deve bater. Em obras e ações do tipo, o dever se reveste de amor ao próximo. De obrigação, passa para o patamar do louvável - que aqui louvamos. De coração, louvamos - e agradecemos.

E nós, do substrato da nossa insignificância, não importando o grau de reconhecimento, continuamos a tocar o instrumento que, mesmo sem a preocupação de ser percebido, emite as notas que inevitavelmente alcançam, sem dúvida alguma, os ouvidos de quem tem a oportunidade de fazer diferença - para melhor.

Os atos falam infinitamente melhor que os discursos. Em falando mais, só tomaríamos o tempo precioso dos leitores de quem sempre resulta a ação dos nossos dirigentes, alguns regiamente recompensados pelo esforço dos cidadãos contribuintes.

Francisco Nery Júnior




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