Um novo ministro de educação, Gabriel Attal, 34 anos, toma posse na França. A matéria do Le Figaro de 27 de agosto frisa o tamanho da tarefa do novo ministro da educação, um mamute até agora “negligenciada e desmontada”
O que nos chamou a atenção, além do ímpeto do jovem ministro, foi o logo apresentado: proximidade, simplicidade e audácia.
À nossa interpretação, interação com a família, presença prolongada do aluno na escola, desprezo às teorias mirabolantes e super teóricas, nivelamento professor/aluno, valorização do processo na sala de aula (confiar na condução pedagógica do mestre) e audácia no sentido de coragem para mudar, verdadeiro sentido da educação. Carece, a nosso ver, gostar do aluno parecendo não gostar.
Como estamos em um espaço de coluna de site, impõe ser breve, alguns comentários pertinentes dos leitores franceses do Le Figaro:
. “Para restaurar a autoridade, a mudança deve ser global”. Entendemos autoridade no sentido de o professor poder conduzir o processo sem ruídos desnecessários. Nós nos lembramos de declaração nossa anterior de o “problema” da escola não estar necessariamente dentro da escola.
. “A situação só faz piorar. Chegou-se a um ponto sem volta”. Bem que chegou no Brasil. Basta a verificação dos indicadores.
. Olhe o leitor a visão de alguém de fora da seara: “Respeito e ensino do que é básico. O que alguém pode compreender se alguém não sabe ler?”
. “Eu gostaria que ele falasse do coração da escola: transmissão de conhecimento, dever, autoridade do professor, em vez desses assuntos sobre os quais os políticos adoram discorrer.”
. “Importa voltar às coisas simples: respeito ao professor, sua autoridade, domínio dos saberes fundamentais.”
. Para finalizar, declaração que pode suscitar senões: “Importa separar os alunos medíocres dos outros no ensino oficial”. Não é o que se faz ao se oferecer bolsas de estudo aos alunos que se destacam? Mais, por que não reunir os CDF’s, neles investir para que ofereçam retorno à sociedade e ao país? Alguém certa vez previu o sucesso do presidente Richard Nixon: “Você tem tudo para vencer. Você é um CDF”. CDF, traseiro de ferro, iron butt em inglês, alguém que aguenta – e gosta de - ficar muitas horas sentado a ler e a estudar.
Francisco Nery Júnior