Ah, os tempos de criança que não voltam mais! Menino dos últimos, juntava com meus irmãos para ouvir, na Rádio Sociedade da Bahia, Jerônimo, o Herói do Sertão. Era o nosso herói e a nossa esperança. Na Bahia da classe privilegiada e do povão – no meio uma classe média necessária para servir à ordem estabelecida -, ele podia tudo. Donde nossa esperança.
A coisa se repete em Paulo Afonso da hora. Chega, todo solícito e vitorioso, azarão da última eleição, Jerônimo Rodrigues, o Herói da Bahia. Poderoso na Bahia que fez o presidente do Brasil, ele, governador, colhe os frutos. A Bahia colhe o resultado dos votos quase unânimes despejados em Lula na última eleição presidencial. Pelo menos isso.
Trouxe na bagagem alguma coisa. Trouxe esperança, ele que faz questão de ser percebido como um dos nossos. Embora pobreza não valorize currículo, veio lá de baixo, de onde os vaidosos chamam de ralé. Todos, porém, de carne e osso, candidatos naturais a uma dedicação de tutela pelos que estão no poder. Novamente, pelo menos isso.
A preocupação com a atualização dos atendimentos oncológicos na cidade chamou a nossa atenção. O carinho pelos povos indígenas puxa aplausos. A extensão da malha de abastecimento d’água, bruta e tratada, enseja desenvolvimento e saúde.
E o soar da velha tecla de uma nova ponte de acesso à ilha e da admissão do Hospital Nair Alves de Souza pela Univasf nos anima a esperar uma solução.
O oeste da Bahia, com o ímpeto desenvolvimentista do agronegócio, se faz respeitar no resto do Brasil e no mundo. Não estamos muito longe. Com terras propícias à agricultura, Paulo Afonso poderia começar a pensar em grandes projetos agrícolas além da ampliação da atividade de criação de peixes em cativeiro.
Se estivesse perto do governador, procuraria lhe emprenhar os ouvidos. Com turismo, agricultura e fazendas de peixes em uma região coalhada de lagos e reservatórios de água perfeita para tal, começaríamos a pensar na Chesf como coisa de um passado glorioso, mas passado.