Acabo de receber mensagem do colega imortal Edson Mendes, membro da Academia de Letras de Paulo Afonso. Mensagem que ele me envia. Deseja um Feliz Ano Novo. Não é verdade. Ele não deseja. Ele faz. “Faço o Ano Novo feliz [para o próximo]; não apenas desejo”.
Claro, caro Edson, há infinitas maneiras de assim fazer. Poderíamos todos fazer.
“Não envio frutos”, disse. “Envio sementes”. Claro, belo! Belo e claro. O fruto é algo pronto, herdado sem graça. A semente na mão, com ela o explodir das virtudes e do desenvolvimento. O fruto que virá da semente valerá a pena. Terá sido regado com o suor do agricultor. Carregará o seu DNA. Frutificará a mil. Contagiará.
Na mensagem de Edson, “te dirão o que sabes”. Evidente, [criados] à semelhança de Deus, tudo sabemos. Tudo está dentro de nós como uma semente nervosa para explodir e frutificar. Os que “te dizem o que sabes” são os educadores de todas as beiras e proximidades.
Vem a definição de felicidade: “A serenidade da Eternidade (aqui grafada com maiúscula) nos faz mais ou menos felizes”. A escolha do mais ou do menos, ouso arriscar, cabe a cada um. O famoso arbítrio é próprio. Se assim não fosse, seríamos todos robôs.
E o recurso fantástico do companheiro ao apelar para o pleonasmo: “eternidade para sempre”. Para sempre felizes em cada Ano Novo.
Francisco Nery Júnior
Os nossos queridos imortais, Nery e Edson são lúdicos na intenção de desejarem um para o outro, um ano novo bom; nessa viagem gostosa de trocadilhos de palavras, me filio para dizer, do meu modo direto de ser: FELIZ ANO NOVO E NOS BRINDE, COMO SEMPRE, COM BELOS TEXTOS.
Caríssimo Edson, na verdade, me aproveitei de você. Começo a achar que o crítico é, na realidade, um covarde. Ele se aproveita de quem saiu da toca, de quem deu a cara ao tapa, de quem se expôs - e monta na sela do cavalo a passar. Lamentável, talvez, que "todo crítico não tem autocrítica". Li o seu comentário, me veio à cabeça Hélio Rocha e me desanimei de quanto caminho ainda temos - tenho - pela frente. Mas vamos lá!
Amigo mano NeryA verdade verdadeira é que você é um camarada extraordinário. Que não apenas admiro, mas a quem também quero bem. Tudo que você escreve é bom e é belo. Obrigado por sua amizade, por sua generosidade, por sua bondade. Essa cronica de hoje é "mais uma flor no jardim de nossa existência", como dizia Gilberto Leal naqueles velhos bons tempos d'A Voz do Povo... Aproveito para lhe cobrar de novo aquela coleção desses textos em um volume - um livro que será encantador e alentador para todos que amam a literatura. A boa literatura, é bom frisar, nesses tempos de tantas mediocridades e vaidades que tão perto de nós vicejam desde o nosso Moxotó até o oceano, e além do além-mar do Bojador... Guardarei, cioso, este seu texto como preciosa, valiosa fortuna critica nos alforjes deste ajudante de papai-noel, por aqui fazendo as vezes de vaqueiro nos descampados da vida... Por sua bondade, com a sua bênção, com o meu afeto sempre seuEdson Mendes28.12.2023