Eles surgem, brotam e proliferam. Como o rebento da semente, não se contêm. Não há como contê-los. E temos que aturar. Que fique, entrementes, claro que não há nada melhor que aturar uma poesia. Por mais chocha que seja, pedra ainda sem lapidação, é uma poesia! E sem poesia, vale frisar, é impossível viver. A vida seria intolerável.
Então temos um poeta, autor de livros publicados, que nos surpreendeu, neste mundão das verdades informáticas, com o plantio de árvores. Ele se concentrou nos tamarindeiros, um deles já devolvendo a sensibilidade do plantador em tamarindos pródigos da primeira florada.
Vicente Damasceno me surpreendeu e me procurou. Contou a história do tamarindeiro da Avenida de Contorno, plantado por ele, já sabemos, semente vinda do Piauí, e me desafiou para o plantio de uma nova muda, desta vez no largo entre as duas pistas da Avenida Hemetério de Carvalho, bem em frente ao Colégio Polivalente.
Fomos lá e plantamos. Pegamos uma turma do derredor e impusemos ajuda. Eles se renderam à importância do ato e pegaram na pá. Ajudaram, deixando cheios de vergonha incompreensível quem ganha para ajudar. A tentação é julgarmos ineficaz e perda de tempo a visão, a luta e a dedicação de um Doutor Amaury e de um Manoel José.
E viva o poeta que transborda da poesia fria, embora portentosa, para o plantio de árvores, seres vivos e fundamentais desde a criação do homem. Vivam todos os poetas!
Se formos inteligentes e práticos, o único caminho é invejá-lo no sentido de plantar mais árvores. Salvaremos o São Francisco e tornaremos Paulo Afonso mais doce para viver.
Francisco Nery Júnior
Embora xoxo em inglês signifique hugs and kisses e, em português, beijinho, queira o leitor ler chocha no lugar de xoxa no texto. Na realidade, desculpe-me a falha. Como consolo, aprendemos um pouquinho mais com o erro.