Acordamos com a notícia da prisão do deputado Waldemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal, logo após cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua residência, expedido pelo Supremo Tribunal Federal. Fato semelhante aconteceu há poucos dias na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro filiado ao PL.
Investigações precisas e contundentes acontecem em relação a componentes do alto escalão do governo do ex-presidente fazendo subir as tensões políticas em um momento propício para o desenvolvimento do país. Em outras palavras, o que queremos sugerir é a concentração de esforços de todos os brasileiros na busca dos melhores caminhos e estratégias para tal desenvolvimento, verdadeiro vetor para a erradicação da pobreza e para a eliminação da fome no país. A busca de fantasmas e culpados poderia ser transmutada para a busca de uma união nacional em busca do entendimento sem o qual só haverá caos, mais miséria e retrocesso.
A História está coalhada de exemplos de dignidade e renúncia a ímpetos de vingança por parte de líderes nobres que engrandeceram a sua biografia. Dom Pedro II arrumou as malas, entrou em um navio e partiu para o exílio. Getúlio Vargas uma vez reconheceu os novos tempos e se retirou para o Rio grande do Sul. Na segunda vez, preferiu dar um tiro no peito. João Goulart, por seu turno, preferiu pegar um avião e se refugiou no Uruguai para não derramar o sangue de brasileiros e Juscelino Kubitschek anistiou os revoltosos que tentaram derrubá-lo do governo.
O atual presidente foi eleito e tomou posse. Que governe o Brasil olhando para a frente. Caso contrário, o caldeirão tende a esquentar e explodir. Assim aconteceu na sequência de fatos que culminaram com o movimento militar de 1964. Creio estar certo em dizer que a grande maioria dos brasileiros deseja o desenvolvimento do país em um clima de paz, trabalho e entendimento.
Reações começam a aparecer. O Instagram jornaloglobo estampa, horas após a detenção de Waldemar da Costa Neto: “Mourão conclama Forças Armadas a reagirem a ‘arbítrios’ do STF”. O senador Mourão pertence ao Republicanos do Rio Grande do Sul, é general da reserva e foi vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro. A conclamação foi feita da tribuna do Senado Federal.
O azedamento das relações institucionais, que fermenta há um bom tempo, fica patente quando o senador alegou “arbítrios e processos ilegais conduzidos contra militares por parte do STF” e aumentou ainda mais o tom ao declarar que “não temos a mínima dúvida que estamos caminhando para a implantação de um regime autoritário de fato no país”. Assim está grafado no meio de comunicação referido.
Como uma palavra branda aplaca o furor, está escrito, assim a palavra branda, comedida e responsável dos líderes nacionais pode nos poupar uma crise institucional que ninguém é capaz de prever o desenlace.