Estamos tratando de uma volta. Volta do que já existiu. Então, viável. Já tivemos dois ou três ônibus de turismo na cidade a cada dia. Disso nos propomos tratar, um simples cronista, professor de inglês, português e latim e os leitores. Se somos nós os escolhidos para bradar, que seja assim. Paciência, estado de espírito exaustivamente testado no Brasil das incompreensões.
A minha esposa, jovem senhora sempre com um celular na mão, me apresentou fotos de empreendimentos turísticos na encantadora cidade de Piranhas em Alagoas. Fluxo enorme de turistas. Eles partem de todo o Brasil, vêm do litoral - eles não são bobos - e param em Piranhas. Usina de Xingó, túneis, cavernas, cânion espetacular e banho de rio, pra que subir mais um pouquinho para Paulo Afonso?
A conclusão lógica é termos que pensar em algo sensacional se os quisermos de volta em Paulo Afonso - que é igualmente encantadora; se quisermos desenvolvimento e aumento da oferta de empregos.
Algo encantador para o turista? Subir de trem até aqui! Andar de trem, de preferência aquele que apita e solta um pouquinho de fumaça, talvez uma fumacinha tratada para não poluir o ambiente e não perturbar muito o que resta das nossas matas e dos nossos animais. Temos conhecimento de empreendimentos que deram certo lá pelo sul do Brasil. Assim falamos de algo factível e exaustivamente testado.
Além da chamada de atenção da esposa, ouvi, logo pela manhã de hoje, alguém anunciar o Dia Internacional do Turismo que, pelo Google, é no dia 27 de setembro. O que quero justificar é a motivação para esta escrita.
Um trenzinho provinciano arrancado dos confins dos tempos nos parece a maneira mais provável de trazer de volta a atividade turística na nossa cidade e região. Se não há dinheiro disponível, existe uma coisa chamada empreendimento privado que está sendo muito bem coopitado no Estado de São Paulo.
Em 14 de julho de 2023, publicamos matéria pertinente cuja referencia segue abaixo para pesquisa do leitor. Para conhecer, acesse o link a seguir:
https://www.folhasertaneja.com.br/noticias/colunistasprofessornery/712513/1
Francisco Nery Júnior
Inspiradíssimo confrade, Prof. Nery, sua crônica é oportuna por demais, haja vista que Paulo Afonso é abençoado pela natureza - tudo isso desperdiçado por falta do olhar empreendedor. A ideia do trem... Queria muito desfrutar desse atrativo, aliás, no sul do país, de Curitiba a Morretes, lá se faz uma viagem no tempo, sem contar com o que encanta dado a exuberante paisagem, coisa que temos de sobra. Continuar o desproveito sobre o que a natureza nos deu, é um erro histórico para a economia local.
Grande piloto RABELO. Rapaz você trouxe boas lembranças. Quantas vezes estive voando no helicóptero da Chesf pilotado por você, sobrevoando o cânion, as áreas da Chesf onde fui Assessor de Comunicação da Regional Paulo Afonso por mais de 11 anos. É uma triste verdade, meu amigo. A situação hoje em Paulo Afonso lembra muito aquela música que diz que o sujeito construiu tudo e nem podia ficar olhando porque era suspeito de estar querendo roubar. É como nos sentimos em Paulo Afonso hoje. Até para se ir ao escritório da empresa, hoje no antigo Centro de Treinamento, onde também trabalhei, passa-se por uma bateria de perguntas do vigilante, que anota documentos e na volta precisamos abrir o porta-malas... Muito triste isso...
Fui piloto aviador da Ches,e hoje vejo a dificuldade de entrar p ver a Cachoeira. Cpbrañças indevidas, hoteis caros.Onibus sem conforto p tueista, falta de profissionais da area... inguem que saber de caraibeira florida todo dia....
Vamos considerar que vale a pena o risco [de um investimento].Olhe o que diz o Google sobre a Torre Eiffel - quem tem mais turistas que todo o Brasil: A referida construção foi projetada pelo engenheiro francês Gustave Eiffel (1832-1927), e sua inauguração oficial ocorreu em 31 de março de 1889. A princípio, a ideia era de que a Torre Eiffel fosse desmontada após a Exposição Universal, mas ela se tornou um dos principais símbolos da capital francesa.
Há, no meu entender, que haver algo diferente, sensacional: um observatório no topo de um monte, uma torre de observação (considerar a Torre Eiffel), um grande tobogã, lanchinhas nos reservatórios, roda gigante como as da moda, algo pungente em relação ao cangaço, um museu do sertão de envergadura, etc. É só pensar... e arriscar, considerando que em tudo há um risco. Alguém já disse que os empresários americanos, via de regra, decolam após duas ou três tentativas. Com relação a um museu, há uns vinte anos, fizemos uma gincana na nossa igreja. Uma das tarefas era a equipe trazer objetos antigos, coisas dos primórdios. Centenas de curiosidades históricas, dos primórdios, apareceram. Isso na nossa humilde igreja de uns duzentos membros. É por aí.
EU ACREDITO NO TURISMO. Pois eu acho que é viável e interessante começar a cobrar agora dos candidatos e começar a investir e acreditar naquele que se propuser “defender o turismo em Paulo Afonso”. Temos trilhos e estação de trem da época do império que pode ser reativado como o trecho de Piranhas à Delmiro, temos o teleférico (Bondinho) parado há muitos anos, Usina Angiquinho construída por Delmiro Gouveia no início do século, as primeiras usinas do Nordeste (PA I, II, III), Usina Apolônio Sales, Usina Paulo Afonso IV, Balneário, Belvedere, Igreja de São Francisco, Catedral de Fátima, acampamento e comércio da cidade, passeios no cânion do Velho Chico, cachoeira e ponte metálica, passeio no cânion seco do Raso da Catarina e suas áreas de caatinga. Uma cidade que dispõe de toda infraestrutura montada e parada como Paulo Afonso, não necessita de muitos recursos para começar a movimentar a máquina do turismo. Falta sim, força de vontade e fazer valer o desejo da população. Alguns políticos falam que turismo não dá voto. Então, porquê Piranhas e Delmiro investem tanto? Infelizmente, os políticos e bajuladores do governo estadual e federal não pensam no crescimento do município, na vinda de indústrias e educação de primeiro mundo. Exatamente para deixar o povo manipulado e atrelado às esmolas em épocas de eleições como cestas básicas, camisas, calças, tênis baratos e notas de cinquenta e de cem reais. Por conta dessas práticas irresponsáveis e mesquinhas, a cidade não cresce, não desenvolve e seus filhos que necessitam de trabalho, emprego e outros benefícios, se mandam para os mais distantes rincões do país, em busca de trabalho e recursos para ajudar a cuidar da família que aqui ficou à mercê da distância e de uma cidade com políticos que não fizeram a cidade a desenvolver para o bem de toda a sua gente.
Onde os empresários de Paulo Afonso? Cadê os bacelares catadores de votos em época de eleição? Em que lugar os desejosos de serem prefeito? E a Associação Comercial que presumimos a mais interessada no dinheiro que os turistas trarão? Que é feito dos donos de hotéis? Turismo, algo que a prefeitura pode dinamizar para a criação de postos de emprego tão reclamados pela população e pelos mais críticos da administração municipal? Evitar que os jovens se debandem para fora da cidade ou que partam para atividades nocivas consequência da ociosidade? Turismo! Turismo e mais turismo.
Meus queridos Professor Nery e esposa Ângela.Esse questionamento que o caro professor faz eu tenho feito há dezenas de anos e até buscado uma preparação acadêmica para agregar mais segurança e valor ao que tenho falado nesses anos todos. É de fato inquietante quando as gestões municipais de Paulo Afonso não reconhecem a importância do Turismo como vetor significativo para a sua economia quando se sabe que países como França, Espanha, Itália e muitos outros têem o Turismo como sua principal receita. Por aqui, neste Oásis Sertanejo, quando exerci o cargo de Diretor de Turismo, sem autonomia e sem recursos, pois o orçamento é gerido totalmente pelo Secretário, tive que ouvir certa vez, quando me dedicava a preparar uma grande proposta que, se aprovada, seria um grande projeto quando um Secretário com o aval de outro, ao tomarem conhecimento do que se fazia, disse a seguinte frase: “Turismo não dá voto”.Quando defendi a minha tese de mestrado em Lisboa, sobre o Turismo em Paulo Afonso e Região dos Lagos do rio São Francisco, em 25/11/2005, ao ser aprovado pela banca, o meu arguidor, Professor Doutor Xavier, do Curso de Doutorado em Turismo em Portugal, me disse: “Só não entendo como vocês têm tanto e não têm nada”. É isso. Enquanto os gestores tratarem o Turismo como a oportunidade para dar emprego a alguns amigos, lamentavelmente, veremos todos os municípios ao nosso redor sendo beneficiados com os investimentos feitos em seus territórios.O tema é muito amplo e estou registrando tudo em um livro que, mesmo em E-book ou PDF, estará mostrando tudo isso. Quem sabe, as gerações futuras se utilizem dessas informações e algo seja mudado...Para não esticar mais ainda informo apenas que nesta edição do Jornal Folha Sertaneja de Fevereiro, que circula online no início da semana, faço várias perguntas aos pré-candidatos a prefeito de Paulo Afonso. Uma delas é exatamente sobre suas propostas de gestão para o Turismo em Paulo Afonso.Professor Antônio Galdino da Silva – Pós-graduado em Turismo (UNEB-2002), Mestre em Ciências da Educação – Turismo (Universidade Internacional – Lisboa/Portugal – 2005)