A referência (honrosa) se refere ao Quinto Encontro Automotivo Antigos da Ilha realizado nos dias primeiro e dois de março no Parque Belvedere. Foi um banho de bom gosto e saudosismo de quem ama carros antigos, os calhambeques referidos no título.
O termo está meio fora de moda e dele nos aproveitamos pela sonoridade inerente. Calhambeque, no nosso entender, é um termo elogioso para as relíquias apresentadas data vênia dos seus tutores orgulhosos e responsáveis. Dessa forma, são tutores. Não são donos. Até Roberto Carlos cantou o seu Calhambeque bi-bi. O brilho caprichado da lataria parecia se esforçar para um agradecimento do fundo do coração; do coração dos expostos.
Isac Oliveira (Pres/ALPA), João de Sousa Lima e Gorette Moreira (Sec. Geral/ALPA)
A ALPA, Academia de Letras de Paulo Afonso, se fez presente em um dos stands. Lá estavam a representar a academia os imortais João Lima, Maria Gorette e o presidente Isac de Oliveira. Como não só de pão vive o homem, também não só de cultura clássica vive a ALPA.
Os organizadores dedicaram o evento à memória de João Medeiros, idealizador do encontro, falecido em 2023.
Não pude comparecer para verificar se o meu fusca branco, agora na posse do professor Chicão, com todas as peças originais, estava lá. Em dezembro, ele completa os seus cinquenta anos. Na primeira revisão de mil quilômetros, em 1974, um cliente da concessionária não lhe deu mais que cinco anos de vida "ainda mais nessas viagens para Paulo Afonso". Vai chegando a cinco vezes dez.
Francisco Nery Júnior
Adendo: Como road hog se aplica mais ao motorista inconveniente na estrada, preferir jalopy para calhambeque.
Para os saudosistas da Jovem Guarda, ouvir O Calhambeque por Roberto Carlos. Está lá no Google. E para os estudantes de inglês, "road hog", que não deixa de ser uma indelicadeza para os nossos heróis.