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Professor Nery

Atendimento na Coelba, uma via crucis

Publicada em 25/06/24 às 22:38h - 279 visualizações

Francisco Nery Júnior


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Atendimento na Coelba, uma via crucis
 (Foto: Divulgação - Francisco Nery Júnior)

Em 09 de maio, um susto. O apartamento em Salvador fechado e a conta de energia a chegar acusando consumo. Foi o começo de uma via crucis que está no meio, em pleno curso.

Telefonema pra cá, telefonema pra lá, ida pra lá e vinda pra cá e nada de entendimento. E a conta chegando. Pontualmente a chegar. A empresa exigiu uma vistoria interna. Para a velha capital lá foi a mulher. Nada achado de irregular dentro do apartamento e de volta a mulher após doze horas dentro de um ônibus a sacolejar em pouco mais de quatrocentos quilômetros.

A vistoria foi estendida à parte exterior e foi detectado um desvio de energia no nosso medidor. Havia um cabo a mais saindo para outro medidor que, segundo o perito da hora, após ligação telefônica in loco, foi colocado por uma terceirizada. Houve consumo registrado, ainda segundo o inspetor, nos dois medidores.

Considerávamos o problema resolvido ou a resolver a critério da concessionária – que não resolveu. A via crucis recomeçou. Estamos agora no PROCOM de Paulo Afonso. Pelo que já estamos atualizados, há jurisprudência firmada: um desvio de energia do contador do usuário não lhe deve ser imputado. A concessionária tem o dever da fiscalização.

Pouco antes do PROCOM, em 25 de junho, em uma tenda em frente ao prédio da Coelba, em reforma; em uma tenda que nos remetia àqueles filmes sobre os árabes no deserto, uma surpresa desagradável: estourou, bem ao nosso lado, um bueiro de esgoto sanitário pouco após a visita de um representante do Ministério Público por demanda de uma denúncia de atendimento precário.

A via crucis assim continuou, sem sol e calor, muito menos com tempestade de areia e escorpiões, mas com um mau cheiro insuportável que a todos nós nos derrubou.

Nessa incerteza, nesse desgaste evitável e nesse penoso - possivelmente cruel - dano moral, demos de cara com um texto, no Google, sob o título Esse Veríssimo é genial. Vem a calhar e o leitor pode se deliciar; dar lugar ao lamento até agora inútil.

Francisco Nery Júnior


Esse Veríssimo é genial...

"Eu tomo um remédio para controlar a pressão.

Cada dia que vou comprar o dito cujo, o preço aumenta.

Controlar a pressão é mole. Quero ver é controlar o 'preção.'

Tô sofrendo de 'preção' alto.

O médico mandou cortar o sal. Comecei cortando o médico, já que a consulta era salgada demais.

Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico.

Sério!

Não sei mais o que é real.

Principalmente, quando abro a carteira ou pego extrato no banco.

Não tem mais um Real.

Sem falar na minha esclerose precoce. Comecei a esquecer as coisas:

Sabe aquele carro? Esquece!

Aquela viagem? Esquece!

Tudo o que o Presidente prometeu? Esquece!

Podem dizer que sou hipocondríaco, mas acho que tô igual ao meu time:

- nas últimas.

Bem, e o que dizer do carioca? Já nem liga mais pra bala perdida...

Entra por um ouvido e sai pelo outro.

Faz diferença...

'A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o governo em Praga e o Brasil tem essa praga no governo'

'Não tem nada pior do que ser hipocondríaco num país que não tem remédio'."

(LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO)




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