Pedro Freitas, o amor aos gatos
Duas coisas me encantavam em Pedro Freitas: a competência com que nos recebia no Serviço de Pessoal da Chesf e o seu amor aos gatos. Poderíamos ter dito três coisas – a terceira sendo a humildade sem bordados. Creio bastarem as duas. Os gatos já são, por si só, encantadores. A dúvida na relação Pedro Freitas e os gatos é quem encantava quem.
Uma vez, alguém os atacou. Atacou aos gatos. Foi quando me preocupou o sofrimento que Pedro estaria certamente sofrendo. Tentei, mais de uma vez, com ele tocar no assunto, tentativa que ele, em espírito superior, deixou passar ao lado. Não insisti, desconfiando poder estar abrindo uma ferida que muito lhe doeu.
O reconhecimento e gratidão à Chesf que Pedro dedicava, também eu dedico. Arranhões ao longo do caminho não devem ter provocado, nem nele, nem em mim, o cuspir no prato [comido] dos pequenos. A Chesf é – e sempre será – grandiosa e redentora. Bastaria, para esta constatação, a formação de uma plêiade enorme e formidável de gente boa e comprometida, um deles Pedro Freitas.
Fica a saudade de um homem que sempre se nos apresentava honrado e comprometido com as suas origens e a sua formação. Em última análise, com a cidade de Paulo Afonso que todos nós outros temos adotado e com o seu inquebrantável povo simples e altaneiro.
Francisco Nery Júnior