Princípios gerais de administração para Paulo Afonso
Francisco Nery Júnior
A partir do próximo ano, teremos um novo prefeito. O que segue não resulta dos manuais acadêmicos consagrados. Advém de uma vida de experiência, e como tal científica, digamos com resultados significativos. Um gestor como um gerente japonês que consulta sistematicamente a ponta para basear as suas decisões e se serve das universidades e organizações outras como ninho de estudos e ideias; esse gestor está fadado ao sucesso e à reeleição.
Vamos, passo a passo, aos princípios anunciados:
Em primeiro lugar, partir do princípio de ministrar. Ministro é aquele que serve – aos outros e não ao pessoal da casa. Cuidar dos munícipes sem, contudo, deixar de pensar alto. O agronegócio na região é possível, as atividades náuticas uma possibilidade, o turismo é potencial e o complexo hidroelétrico continua importante inclusive com possibilidade de expansão com as variantes solar e eólica. Enfim, considerar a possibilidade da consolidação de Paulo Afonso como eixo regional.
O gestor, ao contrário do consagrado, não pode se deixar absorver pelas questões menores do dia a dia. Para isso existem assessores e secretários. Carece reservar tempo para pensar o município; pensar alto. O munícipe eleitor não tem o direito de sequestrar o gestor sob pena de imobilizá-lo. Vale relembrar o modelo de gestão que testemunhei na cidade de Worcester, Massachusets. A administração da cidade fica a cargo de um gerente nomeado pela Câmara Municipal. O senhor prefeito atua como uma espécie de rainha da Inglaterra. A sua importância fica preservada se considerarmos que o barco sempre será o capitão. Enquanto mantivermos o nosso modelo, o gerente deles poderia ser o nosso chefe de gabinete forte, competente e leal ou o vice-prefeito que possua as mesmas qualidades citadas.
Em qualquer hipótese, importa que o gestor municipal presida a administração com a sua força moral e com a legitimidade do voto. O angu mexido a muitas mãos, diziam os nossos avós, azeda.
Importa, do mesmo modo, pongar na onda. Os resultados das eleições municipais mostram claramente o fracasso das narrativas urdidas para desviar a atenção dos brasileiros dos imensos problemas nacionais. O povo entendeu que o Brasil não pode ficar amarrado ao atraso incompreensível dos últimos trinta anos. Com o potencial que tem, o atraso é, definitivamente, inexplicável.
O prefeito eleito declarou ter recebido telefonemas de várias figuras nacionais importantes. A nossa esperança é que o objetivo tenha sido o compromisso de ajudá-lo com ideias e tratativas de captação de recursos necessários à implementação de projetos fundamentais para o desenvolvimento da cidade em contraposição à manutenção dos de fato currais eleitorais.
A garantia da reeleição é uma boa administração. A grande maioria dos prefeitos reeleitos foram os que entregaram o que o povo desejava. Apesar do estado pré-falimentar do Brasil, otimizaram os recursos e entregaram.
Ficamos todos felizes com o compromisso do novo prefeito de montar uma equipe técnica. As indicações, segundo ele, se basearão na qualidade técnica do indicado, meio caminho andado para o sucesso.
Vamos considerar o princípio de unidade de comando que se impõe na organização militar. Já nos referimos à mexida do angu em parágrafo anterior e nos vem à memória um lamento do ex-presidente americano Gerald Ford. Segundo ele, uma das suas maiores decepções com o poder era ver uma ordem completamente descaracterizada após ter percorrido os canais competentes.
Finalizando, vale lembrar que algumas administrações públicas e privadas, em vários países, se valem, para efeito de consulta e assessoria, de conselhos consultivos de fora do establishment. Um conselho municipal de notáveis pode ser fundamental para o sucesso de projetos e da implementação de políticas públicas.
Desta forma, oferecemos um simples arrazoado que pode de alguma maneira somar no esforço da otimização dos recursos financeiros e da dedicação à administração municipal nos próximos quatro anos, sobressaltando o compromisso comprovado do site com o desenvolvimento da cidade.
Francisco Nery Júnior