Paraquedas, para-raios e para-aviões
Francisco Nery Júnior
Neologismo é a palavra forjada para uma nova criação, mecanismo, tendência ou processo [que não existia]. Como os aviões insistem em cair sobre nossas cabeça, acabamos de criar o termo para-aviões.
Ou o homem não foi criado para voar ou está havendo um relaxamento na fabricação das peças e dos sistemas das aeronaves; confiança em excesso ou displicência na formação dos pilotos. O fato é que eles estão caindo; um atrás do outro – em cima de nós.
Recentemente uma ponte caiu no interior do Piaui. Ela era grande, extensa, alta e carregou consigo importantes trabalhadores nordestinos para o fundo do rio. No Rio Grande do Sul, grandes enchentes por falta de um sistema compreensivo de drenagem das águas pluviais e em São Paulo o alagamento de bairros construídos nas várzeas dos rios.
Uma das coisas que a bíblia mais recomenda é a prevenção. Preparar-se para a batalha, armazenar para os dias de vacas magras, orar insistentemente antes de uma empreitada, buscar primeiramente o Reino de Deus para que “tudo mais seja acrescentado”.
Cada um de nós melhor ir pensando na instalação, além de placas solares, de um sistema de para-aviões nos nossos telhados. E o poder público caprichar na prevenção. Como temos todos alertado, carece uma avaliação da ponte metálica que liga a Bahia ao estado de Alagoas sobre o cânion do São Francisco. Ela tem capacidade de suportar as pesadas carretas atuais, algumas delas trens-carreta? Não falta algum tipo de proteção para os cerca de 5.000 (cinco mil) ciclistas por dia em plena rodovia entre o centro e o Tancredo Neves?
Há não muito tempo, alertamos, nesta coluna, para o perigo de um veículo qualquer, leve ou pesado, sobrar na curva da avenida Apolônio Sales sobre a Estação Rodoviária. Um assim denominado perito opinou que a curva seria longa, a velocidade reduzida e não haveria motivo qualquer de preocupação. Só que ele se esqueceu que o fato já aconteceu. Melhor, já tinha acontecido. Um carro desbandeirado saiu da pista, derrubou o alambrado (que custou uma fortuna) e matou um pobre miserável.
Como o falecido era um reles coitado de nós outros, o acontecimento – uma tragédia – foi para as calendas; caiu no esquecimento.
Francisco Nery JúniorDepois desse artigo já caíram uns dez. Só nos Estados Unidos uns cinco