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Professor Nery

Um padre que prega a bíblia

Publicada em 12/02/25 às 10:58h - 188 visualizações

Francisco Nery Júnior


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Um padre que prega a bíblia
 (Foto: imagem ilustrativa)

Um padre que prega a bíblia

Francisco Nery Júnior 

 

Foi o que vi hoje no Pânico de Emílio Zurita. Ele é um frei. O nome por enquanto não importa. Significativo, a audiência do programa da Jovem Pan foi enorme.

Com a responsabilidade de nutrir os filhos, o meu pai, já um oficial de polícia na reserva e um funcionário federal na ativa, tocava, nas horas de folga, em casamentos, batizados, novenas e missas (ainda não havia chegado o império da música eletrônica). Carecia garantir o alimento para o ninho.

Muitas vezes ele me levava embaixo da asa. Dessa forma, ouvi, quieto e mansinho, muitos padres pregarem o catolicismo. Alguns deles - muitos, melhor dizendo - excediam na oratória. Outros enchiam os santuários barrocos da velha Bahia com o louvor das suas vozes monumentais. E outros usavam o bom português que tinham aprendido nos seminários. Oravam, orar no sentido de pregar, em um português escorreito. Eles sabiam – e foram treinados para – que o discurso é a arte do convencimento.

O frei propiciou um espetáculo de mansidão segura. Não foi espetaculoso nem estridente. Citava a bíblia para fundamentar as suas teses. E prevalecia. Que bom ver um padre usando e pregando a bíblia sagrada acabando com o monopólio que, até bem pouco tempo, pertencia aos evangélicos, aos “bíblias”. Não muito distante, bíblias era sinônimo de evangélicos ou protestantes.

Ah, a bíblia! É o que permanecerá como estatuto das verdades eternas. O deputado Palumbo, participante da conversa, perito em cracolândia, testemunhou nunca ter visto um viciado em drogas ser resgatado a não ser sob a influência da bíblia. Algum tempo atrás, um ex-diretor da Casa de Detenção de São Paulo, onde atuou por vinte anos, declarou que de cada dez detentos, oito retornavam para a cadeia após serem soltos. Os dois que não retornavam, afirmou categoricamente, não retornavam pelo efeito do evangelho.

Os que não navegam na onda, saudosos da leitura bíblica nas igrejas, do momento sagrado da pregação, dos duetos e das poesias, das orações profundas dos anciãos, dos corais, dos tempos em que os vizinhos não eram incomodados pelos louvores acima dos decibéis regulados por lei; esses descritos ouviram o oportuno frei recomendar o “combate à ditadura do ruído”, zoada em termo mais coloquial.

O arremate eclesiástico do entrevistado do Pânico foi que o pessoal se esqueceu de valorizar a importância e a virtude do silêncio; o meditar contínuo e a oração no cantinho do quarto de dormir.

Francisco Nery Júnior 


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