QUE VENHA A MARINHA DO BRASIL-2

O desabafo do ministro da defesa

Francisco Nery Júnior 

Poderemos ter uma representação da Marinha do Brasil em Paulo Afonso. Só teremos a ganhar. A Marinha, apesar das vicissitudes, otimiza os parcos recursos e toca importantes projetos para o Brasil.

Pena estarmos no período das dores onde o pagamento do serviço da dívida [interna] abocanha todo o esforço dos pagadores de impostos. É como se o governo federal tivesse que pagar o montante, em reais, correspondente à construção da ponte de Salvador a Itaparica toda semana – de juros! É, efetivamente, o que tem que pagar.

Do Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, “não há dinheiro para absolutamente nada”, realidade, aliás, em todos os cantos e beiras da administração federal. Cinquenta por cento do material naval, isto é, metade, está sucateado. Em 2028, ainda segundo o ministro que transborda em desencantamento, o processo de sucateamento baterá em oitenta por cento. Assim sendo, não há como conter a tristeza de ver o Brasil caminhando a passos largos para a bancarrota.

Paralelamente, está na mídia, técnicos do governo alertam que se não houver algum tipo de medida, leia-se redução de gastos, a paralização da máquina pública será inevitável em três ou quatro anos.  

E mais: oitenta por cento do orçamento da marinha são absorvidos pelos vencimentos da tropa e o efetivo das forças militares da Venezuela não é menor que o efetivo brasileiro.

Seguiu-se o golpe de misericórdia do ministro, que se nos parece em processo de reformulação ideológica: “Em breve teremos uma marinha de marinheiros sem navios”.

Francisco Nery Júnior