Hugo Vergueiro Quadros - Reminiscências
Francisco Nery Júnior
O verão chegando ao fim, com ele o doutor Hugo, Hugo Vergueiro Quadros, pioneiro de escol dos quadros da Chesf. Inexoravelmente vergou e dobrou-se à inevitável morte desmancha-prazer provisório. Não, não vamos lembrar que a lagarta, para virar borboleta, precisa morrer. Data vênia, o doutor Hugo morreu e estamos todos tristes. Faleceu em 11 de março de 2025.
Deixou, efetivamente, momentos inesquecíveis registrados por Hugo filho em ode e reconhecimento ao Pai Herói. Ainda me lembra ele a comunicar certo avanço do filho na área de inglês, “aquele inglês que você lhe ensinou no Colepa”.
De fato, o reconhecimento do filho, que muito bem refletia a imagem do pai, veio bem antes, em uma das aulas no Murilo Braga, espécie de departamento de quinta série do Colepa. Huguinho havia criado um desenho fruto da sua imaginação infantil ou, talvez, reproduzido a imagem do que me pareceu Tiradentes acorrentado. Gravou uma dedicatória ao “teacher Nery”, marchou em frente e me entregou a homenagem que me ajuda, até hoje, a esquecer certas amarguras do momento (vide reprodução abaixo).
O Hugo sobrevivente fala de um Hugo Vergueiro pai cheio de honra e dignidade, expressão que tomamos a liberdade de elevar ao mais alto grau. Vetusto como impõe o exercício do direito, não se conteve e desabou em lágrimas ao se lembrar, no último quartel da sua produtiva vida, dos tempos da Paulo Afonso ainda ingênua e provincial que todos fomos levados a amar; a desejar o melhor para todos os seus habitantes.
Francisco Nery Júnior