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Da ALPA, da palavra, das artes, da vida passageira...

- EDITORAL – Edição 212 – Jornal Folha Sertaneja - Agosto-2022

Publicada em 08/09/22 às 23:12h - 508 visualizações

Antônio Galdino da Silva


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Da ALPA, da palavra, das artes, da vida passageira...
 (Foto: imagem ilustrativa)
Estamos abrindo mais uma espaço neste site www.folhasertaneja.com.br no qual reapresentaremos editoriais, crônicas, matérias especiais que merecem esse destaque para que outros leitores que não leram o Jornal Folha Sertaneja online a eles tenham acesso. 
Começamos com o Editorial publicado na Edição Nº 212 deste jornal, do mês de agosto/2022.
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Antônio Galdino da Silva
Editor

Da ALPA, da palavra, das artes, da vida passageira...

Nos últimos dias vivemos sentimentos os mais diversos, na convivência com as pessoas, companheiros de caminhada.

Foi o retorno das ações, do agito, da palavra, dos que fazem a Academia de Letras de Paulo Afonso, um tanto amordaçada nos últimos anos por conta da tal da pandemia,

Por esse tempo foram os decretos, as normas excepcionais, as decisões de quem dirige o município, as empresas, que orientaram essa nossa caminhada. E quase não saímos do lugar...

Mas voltamos. Ainda não como queríamos, com a nossa sede, criada há dois anos, pela Lei Municipal 1455/2020, aberta ao público e ali, abraçar a todos mas ainda não foi possível porque a lerdeza imposta pela pandemia, pelo que me disseram, também afetou outros segmentos da sociedade e ficou muita coisa parada no meio do caminho...Foi o que me disseram...

E eu lembrei do grande poeta Carlos Drummond de Andrade

“No meio do caminho tinha uma pedra... Tinha uma pedra no meio do caminho...”

Esse nosso reencontro com outros acadêmicos, com pessoas da sociedade, com as artes, nos rejuvenesceu...

Vimos o Teatro, a nobilíssima arte mostrada nos grandes palcos do mundo, sempre fundamentado em textos preciosos que contam histórias, interpretada por grandes atores... Foi o que todos que ali chegaram, nesse recomeço de eventos da ALPA, viram, choraram, aplaudiram...

Também vimos os livros ali mostrados, cheios de letrinhas miúdas que se juntam e formam palavras que também contam histórias, de vida ou de morte, de muitas caminhadas...

A música, a canção em seus vários formatos, nada mais é que um poema, a que um intérprete dá vida aos sentimentos ali colocados. E revivemos ouvindo os versos de cordel da História do Pavão Misterioso, na voz do Ednardo, revivendo uma ação da vida adolescente de Abel Barbosa nas terras de Pesqueira, Pernambuco.

Assim também é com a novela, apresentada em capítulos em uma emissora de televisão.

Em todas essas formas, é a palavra o instrumento que dá vida à história.

A palavra é imortal!

Como disse o educador Rubem Alves, autor de mais de cem livros, “Escrever é o meu jeito de ficar por aqui.  Cada texto é uma semente.  Depois que eu for, elas ficarão.  Quem sabe se transformarão em árvores!  Torço para que sejam ipês-amarelos…”

 E é muito oportuno que falemos nesses ipês amarelos, que são as nossas caraibeiras que, sempre na Primavera pintam de ouro o asfalto das avenidas e a floração dessas árvores nos propicia um espetáculo de rara beleza todos os anos. E a Primavera... e as caraibeiras estão chegando...

Acredito que, quando se criou a Academia de Letras, registrada em 20 de Novembro de 2005, há quase 17 anos, se tenha visto essa particularidade – das palavras de cada membro serem semeadas por esta cidade e por onde elas fossem levadas pelos ventos da imaginação e da internet elas pudessem dizer dos sentimentos de cada um de nós.

Ela também certamente foi criada para “cultivar e incentivar o hábito da leitura e o interesse pelo idioma nacional e pelas literaturas estadual e nacional”, além da municipal, das nossas raízes...

A ALPA está fazendo o que o poder público poderia fazer com muito maior amplitude.

Queremos que a história não morra no esquecimento, que as pessoas que construíram esse lugar sejam sempre lembradas, na vida e na morte porque, como escrevi em 2019, estamos aqui apenas de passagem, somos por aqui, apenas passageiros...

Só passageiros, é o que somos...

É o que deixamos na estrada

Que vai contar a história

De cada um passageiro,

Se foi de tristeza ou de glória

Ao longo da caminhada...

Serão os frutos colhidos

Das sementes semeadas

Que mostram se há vitória

 

Vai ser preciso voar

Acima das tempestades

Ver mais longe e procurar

Ser inteiro, não metade.

Ser da águia um aprendiz

Não ser cego, surdo ou mudo

Dar o seu melhor em tudo

Pra viver bem mais feliz

 

O que somos, nesta vida,

De muitos ou poucos anos,

Da longa ou curta viagem,

Sonhando e fazendo planos

Até que chega a partida?

Caminheiros, de passagem.

Só passageiros, de saída,

E nada vai na bagagem...

 

Antônio Galdino

Paulo Afonso/BA, 05/8/2019





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3 comentários


Maria Jose Rodtigues Vieira

09/09/2022 - 23:21:30

Somos caminheiros por entre as trilhas da vida.Não sabemos nada da chegada, mas muito nos importa a coragem da partida. Assim são nossas palavras. Saem de nós e voam céleres.Nunca saberemos onde irão chegar. Partem e nos deixam sem despedidas e sem lágrimas num contentamento de no coração e na mente do outro chegar, chegar e por lá, muito tempo morar. Que sejam então palavras de amor para o partir e o chegar justificar.


Marcos Antônio Lima

09/09/2022 - 07:35:25

Excelente matéria, excelentepoema! Parabéns, ao nobre confrade, Presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso, e Diretor Presidente do Jornal Folha Sertaneja, Prof. Antônio Galdino, o nosso Guerreiro das Letras, esse incansável fomentador cultural. Que o Senhor nosso Deus continue abençoando a sua belíssima jornada.


Jotalunas

08/09/2022 - 23:29:15

Adorei a matéria e mais ainda o poema! Parabéns.


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