Fazer livros é Cultura?
Com grande esforço e custo pessoal – muitos não conseguem – dezenas de escritores de Paulo Afonso têm publicado seus livros – sem apoio oficial, o que é difícil de entender quando o município de Paulo Afonso tem uma Secretaria de Cultura com milhões de reais anuais em seu orçamento.
Este é um dos assuntos abordados nesta edição do Jornal Folha Sertaneja Nº 227, do mês de Novembro de 2023, com fechamento dia 04/12 para se cobrir o evento Remo de Ouro, realizado nos dias 2 e 3 de dezembro.
Esta edição já está disponível neste site www.folhasertaneja.com.br, e os que desejarem recebe-la em seu WhatsApp ou E-mail é só pedir enviando mensagem de texto para o WhatsApp 75-99234-1740 OU para o E-mail – professor.gal@gmail.com.
Nesta edição de 14 páginas, cuidadosamente trabalhadas pelo nosso colaborador o WebDesign Admilson Gomes, que está nessa função no Jornal desde 2008, além da diversidade de temas que contam a história recente de Paulo Afonso e região, há este tema - escritores e livros (Editorial desta edição) que tem estado presente tanto no site como nesse Jornal e em ações pessoais deste escritor, há vários anos: o desinteresse das gestões municipais, da Secretaria de Cultura e Esportes e também de empresários do município em apoiar a publicação de livros que são a essência da Literatura, considerada, desde os tempos da Grécia antiga como a mãe de todas as artes.
Ao que parece, tenho sido uma voz isolada pregando no deserto para ouvidos moucos... E, talvez incomodados pelas minhas cobranças, tenho sido visto como um chato, um incômodo, para alguns...
Nesta edição, mesmo com alguns me virando as costas, volto ao assunto porque acho uma falta de respeito com uma das artes mais nobres a que não se destina nada dos milhões do orçamento da Cultura, o que é um investimento na preservação da história, da memória, dos sentimentos poéticos, herança, legado que fica para as gerações futuras, mas se tem muito dinheiro para se gastar – e aí é gasto mesmo – com grandes eventos musicais e de outros tipos.
Há muitos escritores que têm produção literária grande sobre a história e a memória desse povo sertanejo e, especialmente, sobre a história e a memória de instituições, do próprio município e de personalidades marcantes de sua vida. E há bons poetas e grandes poetisas. Mas, publicar um livro é sempre um grande dilema porque o custo não é pequeno e o dinheiro, de todos, especialmente de aposentados, anda curto...
E a esse grande esforço de cada escritor, não se tem dado nenhum valor.
Sobre a história do Futebol e de outros esportes em Paulo Afonso, há registros importantes há anos, feitos por Nilson Brandão, radialista nesta área por dezenas de anos, colunista do Jornal Folha Sertaneja também por muitos anos. E é apenas mais um livro, que passa por revisões periódicas para não perder conteúdos importantes... esperando apoios que não chegam... Que triste!
Assim, como mais um apelo, agora público, e mais um renascer de esperanças, publicamos nesse espaço o Editorial da Edição Nº 227 do Jornal Folha Sertaneja assim como o apelo feito, também nesta edição para a publicação do livro Ecos do Futebol em Paulo Afonso e outros esportes, de Nilson Brandão...
Peço que não se chateiem pela minha insistência nesse tema.
Se alguém se sentir no desejo de apoiar a publicação desse livro, que tive a alegria de organizar, a pedido do seu autor, os meus contatos são:
WhatsApp – 75-99234-1740 e E-mail: professor.gal@gmail.com.
Antônio Galdino da Silva
Diretor do Jornal Folha Sertaneja
Editor do Site: www.folhasertaneja.com.br
Organizador de livros para edição.
Em Tempo: precisamos fazer isso urgentemente, antes de ser necessária uma nova revisão.
Escrever e publicar livros em Paulo Afonso
Embora com o grande avanço das tecnologias modernas, o surgimento da internet, as redes sociais e estejamos vivendo o Século da comunicação por imagens, da televisão, das figurinhas (emojis) que permitem a transmissão de pensamentos, a palavra escrita, o jornal impresso, revistas periódicas ou históricas e os livros no formato impresso, continuam vivos e têm a preferência de muitos.
Segundo o Professor Rubem Alves, autor de mais de cem livros, impressos, “Escrever é meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente. Depois que eu for, elas ficarão. Quem sabe se transformarão em árvores! Torço para que sejam ipês amarelos.”
E Paulo Afonso, que desde suas origens tem recebido pessoas de todo o Nordeste, do Brasil e muitos de outros países para construir as primeiras usinas hidrelétricas da Chesf, a partir de 1948, também recebeu poetas e escritores de outras terras e também gerou no seu seio outros muitos poetas e escritores ao longo de sua história.
Tem-se como certo que o primeiro livro sobre Paulo Afonso foi o escrito pelo primeiro presidente da Chesf, Engenheiro Antônio José Alves de Souza, na verdade, uma espécie de relatório da atuação da Chesf em formato de livro, publicado no ano de 1954. Nome do livro: Paulo Afonso.
De lá para cá, centenas de outras pessoas já escreveram poemas e textos publicados em pequenos livros. Há escritores neste município com dezenas, até mais de trinta publicações diversas, dentre elas muitos livros que têm corrido o mundo...
Há 18 anos, nasceu a Academia de Letras de Paulo Afonso para reunir parte desses escritores e poetas. Mas, há dezenas de outros que não estão na ALPA mas continuam fazendo seus textos e seus poemas e muitos deles vêem seus escritos amarelarem nas gavetas porque não há nenhum incentivo, apoio oficial para que esses livros sejam publicados.
Em várias oportunidades que tive, sugeri aos Secretários de Cultura do município, em seus tempos de gestão, que destinassem uma pequena parte dos milhões do orçamento de sua pasta para apoiarem as publicações de jornal, revistas e sobretudo livros para que se pudesse atender ao grito de Castro Alves: “Livros, livros à mão cheia e manda o povo pensar...”.
Mas, embora esse clamor venha de décadas, ali, todos os anos, gasta-se milhões com pomposas festas, mas não se tem alguns poucos reais para se investir na publicação de um livro. Porque um livro não é uma despesa, mas um investimento no resgate da poesia, da história e da memória de um povo, para a atual e as próximas gerações... Triste, mas verdadeiro, apesar das muitas promessas...
Falo isso com toda propriedade porque, entre livros e revistas, de minha autoria ou organizados para outros pessoas ou instituições, já fiz mais de 30 publicações, muitas delas de conotação histórica, com o resgate da história e da memória de pessoas, instituições e do próprio município de Paulo Afonso.
Atualmente, organizei o livro chamado Ecos do Futebol de Paulo Afonso e outros esportes, de Nilson Brandão, que o concebeu há anos fazendo um resgate primoroso da história belíssima do futebol e de outros esportes em Paulo Afonso e este livro está, há anos, esperando um apoio financeiro de empresários, da gestão municipal, de vereadores para que esta história esteja nas mãos de leitores que, como eu, ainda preferem sentir o cheio do papel do livro impresso.
Não se tem nada contra a realização de festas e grandes eventos. O que se pede aos gestores municipais – e isso vem sendo pedido há anos – é que também tenham um olhar para a produção literária do município, apoiando os escritores que já têm mostrado trabalho nessa área, com enorme custo pessoal e aqueles, inclusive os pequenos, jovens talentos que existem nas escolas, e muitos outros, não tão jovens assim, que caem no desânimo e pensam em parar de escrever, de externar os seus sentimentos e pensamentos, porque ninguém lhes dá atenção, apoiando a publicação do seu livro.
A Literatura, caros leitores, é considerada a mãe das artes porque ela está presente nas outras artes, todas elas também grandiosas e necessárias.
Uma bela letra de uma música, é um poema. Uma magnífica peça teatral, conta uma história, escrita por alguém. Uma grande novela da televisão tem um texto por trás da interpretação dos atores e atrizes, assim como um grande filme também conta, utilizando-se de cenários, ações e interpretação de grandes atores e atrizes, uma história ou várias delas, fundamentadas em textos escritos.
Nesse meu texto, mais um sobre este assunto, o que se pede é a atenção dos gestores, dos empresários de Paulo Afonso, dos vereadores que fazem as leis municipais, o que se pede é que a Literatura, a produção escrita de livros e outras publicações, recebam a mesma atenção que se dá a outras formas de cultura, todas tão presentes em Paulo Afonso desde as suas origens.
Se a obra do escritor pauloafonsino é boa ou ruim, cabe ao leitor fazer esse julgamento.
E, concluímos lembrando que O livro e a América, do poeta brasileiro, baiano, Antônio de Castro Alves, poema que foi criado e publicado em 1870, há 153 anos, no livro Espumas Flutuantes e nele, “o poeta exalta a importância civilizatória dos livros e deposita neles a esperança para o futuro do então jovem continente americano”.
Desse poema de Castro Alves, extraímos uma das ricas estrofes:
Por isso na
impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto —
As almas buscam beber…
Oh! bendito o que semeia
Livros… livros à mão cheia…
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
É gérmen — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.
Antônio Galdino da Silva,
Escritor, memorialista,
Membro fundador da Academia de Letras de Paulo Afonso.
Ecos do Futebol em Paulo Afonso
e outros esportes
Um livro que conta a história do futebol em Paulo Afonso e outros esportes.
Paulo Afonso tem muitos escritores, poetas e prosadores, gente que conta as histórias do cangaço, das muitas energias que envolvem este lugar, do rio São Francisco, da igreja católica, das igrejas evangélicas, cronistas e poetas, poetisas, que derramam sua alma em textos que falam do amor e do desamor na cidade, no mundo.
Mas falta um livro que conte a história do futebol e dos muitos outros esportes praticados em Paulo Afonso. Um livro que conte a história do Poeirão, Ruberleno, Álvaro de Carvalho. Do futebol da Zona Rural e dos bairros. Fale da rivalidade saudável de Caveira e Olímpico... Das glórias do Futsal, da LDPA.
Um livro para ser lido, relido, guardado para ser compartilhado com as futuras gerações...
Pois bem, esse livro já existe.
Nilson Brandão levou anos juntando informações privilegiadas como comentarista esportivo das rádios Cultura e Bahia Nordeste, por dezenas de anos, e colunista esportivo do Jornal Folha Sertaneja.
A pedido de Nilson Brandão, tive o cuidado de organizar esses escritos e hoje, depois de muitos anos de começado e ter passado por muitas revisões pelo autor, está na fase de conclusão de mais uma revisão o livro Ecos do Futebol em Paulo Afonso e outros esportes, com quase 250 páginas sendo cerca de 100 delas com fotos coloridas...
Mas não tem como ser impresso porque o autor e o organizador, com problemas de saúde e o salário de aposentados, não se têm como publicar.
Esperamos que a gestão municipal, vereadores, empresários, desportistas nos ajudem a preencher essa lacuna na história de Paulo Afonso, com a publicação deste livro que conta a história do futebol de Paulo Afonso e outros esportes.
Quem puder/quiser ajudar pode nos procurar pelo WhatsApp – 75-99234-1740. Conversaremos.
Professor Antônio Galdino da Silva – organizador do livro Ecos do Futebol em Paulo Afonso e outros esportes de Nilson Brandão.
Caros leitores deste site e em especial desta matéria que reproduz o Editorial do Jornal Folha Sertaneja do mês de Novembro de 2023 e trata da falta de apoio como incentivo da gestão municipal à produção de livros e outras publicações. Como disse no texto, essa é uma cobrança que vem de muito atrás e ela é feita com o desejo que a visão da gestão municipal seja igual para todos os tipos de cultura. Entretanto, o que se vê é a grande disponibilidade de recursos para grandes eventos e nada é destinado para a publicação de livros, de forma geral, nem para aqueles que buscam resgatar a história e a memória deste município, de instituições e personalidades que aqui fizeram história. Pensei receber solidariedade de outros escritores mas, além da omissão e do silêncio de muitos, recebi no privado duas observações sobre o tema: uma assegurando que o grande poeta pernambucano Manuel Bandeira custeava seus próprios livros (como todos nós, escritores temos feito em Paulo Afonso) e outra de um autor reclamando que na montagem das capas dos livros como imagem ilustrativa da matéria não estavam capas de seus livros... A este, informei que a imagem era apenas ilustrativa e que também não estavam as capas de vários outros autores, inclusive de amigos da ALPA. Então, reforço que o artigo é de minha autoria, totalmente pessoal e que a ALPA ou qualquer outro escritor não precisa temer por isso. Agradeço aos mais de 150 que já acessaram essa matéria e, como tenho feito desde 1981 quando lancei a minha primeira revista e 1995 quando publiquei o meu primeiro livro, tenho feito isso, como os demais escritores de Paulo Afonso, como Manuel Bandeira mas continuo achando injusto que a Literatura, a mãe de todas as outras artes, não mereça essa atenção da gestão municipal. É isso, e tenho dito. Professor Antônio Galdino da Silva, autor de 8 livros, 6 revistas, e organizador de outros 20 livros para outras pessoas.
Grande verdade, meu nobre confrade da ALPA: Profº. Antônio Galdino.