18 de fevereiro/2025. Jornal Folha Sertaneja 21 anos.
Quantas histórias para contar...
- 243 edições, de até 20 páginas e ainda edições especiais e cadernos culturais
Antônio Galdino
Era uma quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004. Um dia realmente bem especial e bem agitado. Expectativa a mil por hora. Na verdade, essa expectativa já nos acompanhava desde o início do mês quando começou a ser preparada a 1ª Edição do Jornal Folha Sertaneja, um produto da "micrérrima" empresa Galcom Comunicações.
A primeira edição, assim como a primeira professora, a primeira namorada, o primeiro beijo, o primeiro soutien, a primeira ação nossa de algum tempo ou muito tempo atrás, é sempre lembrada, a gente nunca esquece... tem sido assim...
E lembro do “fuá”, do “zumzumzum”, dos olhares enviesados de alguns políticos da época, quando foi lançada a Edição Nº 1 do Jormal Folha Sertanejo, impresso nas máquinas da Editora Fonte Viva, de Paulo Afonso.
Alguma notícia incomodou alguns, mas o Jornal foi muito bem recebido, de forma geral, pelos convidados que compareceram ao Cepeazinho na noite de 18 de fevereiro de 2004 para um jantar do lançamento desse Jornal.
No Número 1 do Jornal Folha Sertaneja, o jornalista Clementino Heitor de Carvalho lançou uma bandeira de desenvolvimento regional chamada RIDE – Região Integrada de Desenvolvimento Regional, propondo a criação de uma unidade administrativa reunindo municípios dos quatro estados – Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe, como Juazeiro e Petrolina. O tema foi apoiado pela APSB, na época presidida pelo prefeito Paulo de Deus e logo depois pelo prefeito Romualdo Costa, de Coronel João Sá.
Naquela edição histórica a matéria principal falava de uma importante empresa de piscicultura que estava com problemas e poderia fechar. Falava das águas da Cachoeira que estavam, de novo, encantando a todos. Mostrava a Ponte da Baboseira derrubada pelas chuvas e o compromisso do DNIT de recuperar a BR-110 naquele local. E da Chesf, que completava 56 anos de vida
A Edição Nº 1 do Jornal Folha Sertaneja mostrava as glórias do Futsal e o conjunto The Fevers, no Clube Paulo Afonso. Trazia um texto do bispo D. Esmeraldo Farias, falando da Campanha da Fraternidade daquele ano, cujo tema era "Água, fonte de Vida”.
Sobre a política, a matéria local, de página inteira, era “Oposições querem mudar estilo de governo em Paulo Afonso”. Isso, em 18 de fevereiro de 2004. Em outubro, Raimundo Caires (PSB) e outros políticos de oposição à gestão do Grupo Luiz de Deus, como José Ivaldo (PT) e Mário Negromonte (PP) se uniram e venceram as eleições em Paulo Afonso, derrotando Wilson Pereira.
Na página da Chesf, o assunto era a organização das visitas às cachoeiras, implantação do projeto Cantando a Vida, a parceria da Chesf com o INSTEC e o então Administrador da Chesf, Paulo Rangel falava do resgate do papel social da Chesf na região. Em outro espaço de duas páginas a história dos 56 anos da Chesf.
Em uma Página Social – Sociedade – Nadja Maria mostrava mil sorrisos e alegrias, gente feliz, aniversariantes do mês, como Gorette Moreira, as atividades de Jeep Clube e a posse de Francisco Sales para dirigir o IBAMA de Paulo Afonso.
Em outras páginas, falava-se na riqueza do artesanato da Malhada Grande e o prefeito Paulo de Deus, que deixaria a Prefeitura de Paulo Afonso em 31 de março, para ser candidato a prefeito de Canindé do São Francisco, afirmava: “Canindé é um oásis que tem de ser bem administrado”. Isso em 2004.
Na página de Esportes, Nilson Brandão destacava a grande fase do Futsal, falava da VII Supercopa e entrevistava Pedro Roberto Viana, o responsável pela criação e organização desse campeonato de futebol que descobre talentos jovens. As águas da Cachoeira estavam na página que depois passou a ser de Turismo.
A edição Nº 1 do Jornal Folha Sertaneja, de 18 de fevereiro de 2004, e várias outras edições seguintes, tinha 16 páginas em dois cadernos. Muitas edições saíram até com 20 páginas.
Dos que começaram também não esquecemos. Há quem nos deixou um tanto órfão, há pouco tempo, como Nilson Brandão, companheiro de caminhada desde os tempos de estudantes no Ginásio Paulo Afonso onde éramos diretores do Grêmio Lítero-Esportivo Rui Barbosa e editávamos, mensalmente, o Jornal Estudantil A Voz dos Estudantes, feito no Cachacinha, aquele mimeógrafo à álcool e depois, numa evolução fantástica para a época, anos de 1960, no mimeógrafo à tinta.
A experiência do jornalista Clementino Heitor de Carvalho que já estava aposentado do Jornal A TARDE, de Salvador, onde tinha sido vereador. Temos a informação que mora em Lauro de Freitas e já caminha para o 90 anos...
Por aqui, ainda entre nós, o jornalista Ednaldo Jr. conhecido como Júnior Padão, professor universitário em Serra Talhada, por um tempão, radialista... Quem também está ainda por essas terras sertanejas é Giuliano Ribeiro, que foi à pouco aprendiz de candidato a vereador mas a comunicação, a Rádio Angiquinho, estão na veia, pulsando mais forte...Outro que está ainda entre nós é um grande repórter do rádio, já foi editor da Revista +Destaque, é o Antônio Carlos Zuca. Na Secretaria da Galcom Comunicações e do Jornal Folha Sertaneja, Zenaide Salgado, por muitos anos e quando saiu os meninos da Galvídeo, Ricardo Costa e Nícolas me ajudaram nessa parte...
Na diagramação do Jornal e até como chargista o Anderson Ferreira, irmão de Zé Ivaldo, ex-prefeito e quando ele saiu para assumir atividade em outra cidade, ficou o seu outro irmão Tony Ferreira. Estas fizeram a cara e o formato do jornal por anos. A partir do ano de 2008 quem assumiu essa função foi Admilson Gomes que está conosco até agora...
E o Jornal Folha Sertaneja tinha, como dissemos, também a sua esperada Página Social de que cuidava Nadja Maria, a Colunista Social do Jornal Folha Sertaneja que todos os meses trazia a vida da sociedade, do que estava na moda naqueles tempos, das grandes festas e eventos, a cultura local e regional, casórios e noivados... e anunciava as grandes empresas da moda – O Boticário, a Tita, a JM Jóias...
Naqueles primeiros tempos também tínhamos como anunciantes, a Rio Malhas, O Ferrageiro, os Supermercados Suprave, este, do amigo e conterrâneo de Monteiro-PB, Sebastião Leandro de Morais ainda anuncia... Os outros optaram pelas redes sociais, a televisão... Tempos modernos...
Também tivemos por um pequeno tempo, o apoio da Chesf que patrocinava uma página do Jornal e a Prefeitura e a Câmara também estavam sempre nos ajudando por uns tempos, outros não...
O Jornal Folha Sertaneja foi um sonho nascido de quem já vivia de escrever alguma coisa. Nos anos de 1970, por aí, fui correspondente do Jornal da Bahia, de Salvador que também tem histórias destas terras sertanejas. Em 1981, publiquei a primeira Revista Histórica sobre Paulo Afonso. Depois, em sociedade com o então Administrador da Chesf, Ricardo de Holanda Neves, criamos o Jornal Paulo Afonso, de vida curta. Criei, depois, o Jornal Evangélico, que também durou pouco.
A vida toda tenho escrito, jornais, revistas (já são sete) e livros (já são oito) e tenho este Jornal Folha Sertaneja como companheiro de estrada há 21 anos e ele continua dando um trabalho que só...
Mas ainda está vivo e chega agora à sua maioridade, 21 anos e, como ousado sertanejo do Cariri Paraibano, de Zabelê/Monteiro-PB, cito o famoso internacional escritor chamado Harold Robbins que escreveu e vendeu milhões de exemplares do livro chamado "Os Sonhos Morrem Primeiro", para dizer que o sonho do Jornal Folha Sertaneja, que nasceu com o propósito de preservar a história recente de Paulo Afonso e região, assim como resgatar a memória de personagens e instituições destas terras sertanejas, continua vivo...embora quase morrendo na praia, depois de nadar 21 anos, mas vivo, respirando ainda...
E já estamos preparando a Edição de Fevereiro de 2025, Nº 244, deste Jornal Folha Sertaneja que, há cerca de 2 anos tem circulado apenas no formato on-line, que é enviado para mailing de cerca de 300 E-mails, outro tanto de pessoas e grupos de WhatsApp e disponível no site www.folhasertaneja.com.br que tem mais de 120 mil acessos todos os meses, mais de 5 mil por dia e já teve picos este mês de mais de 11 mil acessos em um dia.
Por toda essa caminhada, só temos mesmo muito que agradecer e agradecemos agora como o fizemos há 21 anos atrás.
GRATIDÃO sempre a Deus que me tem dado saúde e forças para continuar essa luta, na realidade, para promover os outros, pessoas, instituições, que precisam ser valorizadas, preservadas, e sua importância e seu trabalho divulgados...
A palavra é GRATIDÃO também a todos os que têm me ajudado nessa caminhada.
Quero aqui externar os mais sinceros e efusivos parabéns, ao "Guerreiro das Letras" Prof. Antônio Galdino e a todos os que fazem o grandioso Jornal Folha Sertaneja.
