Folha Sertaneja - A Última Guardiã da Notícia Impressa
Luciano Júnior
Dizem que tudo muda, que o tempo é um vendaval que leva consigo rostos, costumes e, principalmente, papéis impressos. Mas em Paulo Afonso, onde o vento sopra forte e a caatinga resiste firme, há algo que teima em ficar: a Folha Sertaneja.
Sim, ela, que acaba de completar 21 anos, já atravessou duas décadas e se lança na terceira, firme como um mandacaru em meio à seca, imune às tempestades digitais e à modernidade impaciente que consome tudo num clique. Enquanto jornais vinham e iam, a Folha Sertaneja permaneceu. Uma espécie de cacto informativo, que se mantém de pé mesmo quando o sol da dificuldade castiga e a chuva do incentivo financeiro insiste em não cair.
E quem é o guardião desse oásis informativo? Ah, meu caro, se Paulo Afonso tivesse um Don Quixote, seu nome seria Galdino. Com a mesma bravura de quem enfrenta moinhos de vento, ele trava batalhas diárias contra a falta de recursos, a pressa da internet e a dificuldade de manter um jornal vivo quando todo mundo quer tudo de graça – mas ainda assim reclama quando falta notícia.
Eu, que já me aventurei nessas terras do jornalismo impresso com meu falecido sócio João Pedro Canossi, sei bem que não é para os fracos. Fechamos o Jornal do Sertão e a Revista Paulo Afonso Magazine, não por falta de paixão, mas porque paixão sozinha não paga gráfica, nem mantém site no ar. Mas Galdino seguiu. Ele não apenas seguiu, como adaptou-se: colocou a Folha Sertaneja no mundo virtual, tornando-a um farol de informações que ilumina Paulo Afonso além das fronteiras do papel. Ele patrocina!
Sempre que visito a cidade, faço questão de encontrar o mestre Galdino para tomar um café. É impressionante vê-lo resistindo, bancando a veiculação praticamente sozinho, como um bandeirante das manchetes. E ele segue, contra tudo e todos, com a caneta na mão e o coração no papel – ou na tela, dependendo do momento.
Que venham mais 200 anos de Folha Sertaneja! E que nessa data os parabéns se estendam a todos que escrevem, divulgam e acreditam na força da imprensa. Mas, principalmente, ao idealizador, mantenedor e guerreiro que não deixa a última guardiã da notícia sucumbir ao silêncio.
Que o jornalismo tenha mais Galdinos. E que Paulo Afonso nunca fique sem sua Folha Sertaneja, porque, sem ela, quem é que vai nos contar as histórias da nossa terra?
Parabéns, Folha Sertaneja! E vida longa ao mestre Galdino!
Parabéns, pelo trabalho!Galdino, você como um bom nordestino, acima de tudo, é um forte!
A Comunicação é a habilidade humana, mais relevamte, que teanspôe barreiras, e o nosso Querido Galdino tem na comunicabilidade sua principal característica, selada como EMPRETECO
Meu caro amigo Luciano. Fiquei iletrado, sem palavras, sem teclado e mudo, com estas tuas palavras de reconhecimento por esse trabalho, realmente feito por amor, há 21 anos. Gratidão. Fazer isso, como um bem para este lugar que me acolheu, me faz bem. E palavras como as tuas, de Nadja, Padão e outros amigos de caminhada são estímulos, combustível, para dar mais uns passos, como digo, quem sabe, até à última curva da estrada... Muito obrigado a você a todos os que pensam assim...Prof. Galdino