Engenheiro Florestal com Doutorado na área, Ronaldo Fernandes, fala da importância de investimentos e valorização da apicultura no Raso da Catarina
Ronaldo Fernandes Pereira é Engenheiro Florestal com doutorado em Biotecnologia dos Recursos Naturais. É analista da CODEVASF e atualmente vem coordenando em parceria com o SERGIPETEC (Sergipe Parque Tecnológico) projetos focados na recuperação ambiental dos biomas Caatinga e Mata Atlântica e a Rede Nordeste de Apicultura e Meliponicultura aprovado pelo FINEP.
Em alguns pontos da imensa região geográfica que é o Raso da Catarina, que alcança muitos municípios nordestinos, já existem alguns produtores de mel cuja qualidade é considerada muito boa e esses pequenos produtores precisam de maior apoio dos governos municipais e de órgãos estaduais e federais para melhorarem ainda mais sua produção, terem mais facilidade na certificação do seu produto e alcançarem o mercado consumidor na região e até chegar a sua produção a outras regiões do país.
Convidado para falar sobre esse importante tema para os representantes das prefeituras e de órgãos estaduais e federais que participam desta Expedição Raso da Catarina, ele assegura, dentre outras afirmações o quanto é importante valorizar e apoiar ações nesta atividade, nessa imensa região sertaneja.
“Uma das formas de integrar conservação ecológica e sustentabilidade socioambiental é a valorização dos recursos naturais por meio de produtos e processos. Nesse contexto a bioeconomia tem ganhado espaço e vem se enquadrando como uma ferramenta de mudança ecológica.
A apicultura e a meliponicultura do Nordeste hoje, são atores da bioeconomia. O manejo correto das abelhas pode ofertar mais de um salário mínimo por colmeia/ano a uma família, mas o maior ganho é que, para produzir mel, é fundamental a existência de flores e para produzir própolis também é essencial a existência de plantas.
Nenhum mel é igual ao outro devido às características climáticas, de solo e vegetação de cada localidade.
O Raso da Catarina é uma ecorregião ímpar no coração da Bahia e de Sergipe. A interligação dessa região com o rio São Francisco torna esse local extremamente potencial para o ecoturismo regional e nesse entendimento a apicultura e a meliponicultora são instrumentos fundamentais para o crescimento das comunidades porque se comunica com as condições culturais e ambientais do local.
Atualmente as abelhas assumiram um papel muito grande na agricultura mundial por serem polinizadoras de muitas culturas, o que é essencial para a alimentação humana e fundamental para a preservação ecossistêmica porque polinizam as arvores nativas.
Para o Raso da Catarina essa cadeia da sociobiodiversidade pode impulsionar desenvolvimento, conservação ambiental e melhoria das condições de vida de muitas famílias. A proposta é fomentar a criação da rota da integração do mel do Raso da Catarina e com isso buscar a identidade geográfica desse produto único. Hoje a parceria entre CODEVASF e SERGIPETEC tem potencial para analisar os produtos das abelhas, gerar a conservação ambiental e melhorar as condições de vida dessas comunidades.”