Lembro até hoje de fatos da minha infância, na Década de 60, com muito carinho e ótimas recordações...
Nasci na Fazenda Varjota, no Município de Abaré, Sertão da Bahia.
Seu Valério, Dona Cotinha, Mãe Joana, Neide e Valdeny Nascimento
Imagens de Santos da Fazenda Varjota
Duas vezes no ano, janeiro e setembro, meus pais Seu Valério e Dona Cotinha, recebiam os Padres e o Bispo Dom Jackson Berenquer Prado (meu Padrinho de Batismo), para celebrações, crismas, batizados e casamentos.
E os acontecimentos religiosos daquela época? Além de serem grandes encontros sociais, eram cheios de fé e esperança.
Paisagem da Fazenda Varjota
Na sexta-feira da Semana Santa, durante toda a noite, lá em casa rezavam até a madrugada, esperando o galo cantar, para a comemoração da ressurreição de Jesus Cristo. E os meninos como se comportavam? Até hoje tem um pé de baraúna, onde as galinhas dormiam. Jogávamos pequenas pedras para o galo acordar e cantar mais cedo. Estávamos esperando o momento de comermos bolo de puba, biscoitos, requeijão e todas as iguarias saborosas, guardadas para a ocasião.
Imagem de Nossa Senhora da Saúde
Isaura Maciel e Valdomiro Nascimento
Na Fazenda Jardim do São Lourenço, dos meus avós maternos, Cícera e Manoel Alexandre, tinha a Novena de Nossa Senhora da Saúde, com o final em 02 de fevereiro, quando era realizada uma linda Procissão, com a participação de muita gente.
Dona Cícera e Manoel Alexandre
Mas, não esqueci um fato importante: durante o período de seca, alguém roubava o pequeno Menino Jesus da Santa e fazia uma promessa, pedindo para chover. Assim que chovia a pequena imagem do menino era devolvido, com uma grande celebração religiosa. No meio da caatinga, o encontro de Nossa Senhora da Saúde e seu pequeno menino. Era lindo demais!
Imagem de São José
Dona Lourença Cipriano
No mês de março, Dona Lourença, a Matriarca da Família Cipriano da Varjota, fazia a Novela de São José e no final também uma bela Procissão acontecia em volta da casa. Não esqueço de um fato por demais relevante: Mãeensa, como era carinhosamente chamada pelos netos, fazia umas velinhas com pavil fino de algodão e envolvido com cera de abelha mandaçaia e distribuía para todos. O cheiro doce e suave das velinhas, iluminando aquelas noites de beleza e muita fé, nunca sairão de minha memória. Sinto o cheiro até hoje!
Quadro com a foto original de São João Batista
João Dodô Cipriano
E no mês de junho acontecia na Fazenda São Lourenço a famosa Reza de João Dodó Cipriano e sua esposa Maria Sancha (chamada de Banta). Na noite de São João, na grande final, tinha uma linda fogueira, onde assavam milho verde e também tinha o juramento de novos padrinhos e madrinhas, compadres e comadres. Depois a bandeira era sacudida e alguém pegava, como uma prenda de devoção e fé. Muitas recordações daquelas noites frias e magníficas da minha infância.
Quadro com a foto original de Santa Luzia
Luiz Alves de Carvalho, Clara Emídia da Silva, a neta Sônia e a irmã Emília
Na Fazenda Boqueirão a Reza de Luzia era também um grande acontecimento esperado durante o ano. Os Proprietários eram Luiz Alves de Carvalho (conhecido como Luiz da Várzea) e sua esposa Clara Emídia da Silva (a popular Pretinha). Dona Luzia e sua filha Ursulina moravam lá. Moradores da Região estavam presentes durante todo a dia e no final da tarde, acontecia e Procissão com muito louvor a Santa Luzia.
Lembro-me de uma espécie de refrigerante que era vendido, chamado gengimbirra. Como é bom guardar estas lembranças tão felizes!
O quadro original com a foto de Santa Luzia é hospedado até hoje na Fazenda Mocambo, Município de Curaçá, doado por Dona Luzia ao seu afilhado Fulgêncio de Almeida.
Dona Emília e Josué Castro
No Povoado de Icozeira, o casal Emília e Josué Castro marcaram época. Hospedavam também, nos meses de janeiro e setembro, os Padres e o Bispo Dom Jackson Berenguer Prado, para as celebrações religiosas.
Dona Emília
Em dezembro, Madrinha Emília fazia um belíssimo Presépio de Natal, na Igreja de São José, o Padroeiro do Povoado de Icozeira. Parecia o verdadeiro nascimento do Menino Jesus. Quanta beleza, quanta fé, quanto amor, quanta saudade...
Meus agradecimentos a todos que ajudaram a ilustrar estas minhas memórias afetivas, em especial a Tia Isaura Maciel, a Terezinha Carvalho, Neta de Luiz Alves de Carvalho, a Ceci de Guilhermina e Isabel de Elísia de Fortunato, Netas de Dodô, as Professoras Léa Paiva e Vera Almeida, a minha querida amiga Genilda Castro e meu amado irmão Valdeny Nascimento.
O que seria da humanidade sem as memórias? Belíssimo texto! Embarquei numa viagem rumo ao Sertão! Uma viagem que na mochila, só cabem os melhores sentimentos! Includive, muita gratidão ao Sertão e ao meu povo sertanejo por tantas memórias edificantes e propulsoras!
Amigo Val, belas porandubas... Grande abraço.
Que histórias mais lindas! Bom demais reviver o passado. Parabéns Valdomiro
Parabéns Valdomiro por reviver essa linda história religiosa do seu povo através desse jornal que muito tem contribuído. Tempos vividos que só deixaram boas recordações. Essa é a melhor parte. Grande Abraço
Valdomiro, meu amigo e quase irmão, vc sempre foi um contador de histórias, lembro-me de tantas gargalhadas ao ouvir suas anedotas no Colégio Santo Antônio de Abaré e também em casa, porque fomos hóspedes estudantil da mesma residência,nossa!! Como éramos felizes. Hoje vc põe tudo isso através da linguagem escrita é um memorial em pessoa. Parabéns querido!! um grande abraço.
Parabéns, Val, pela excelente matéria sobre as recordações de vivências com sua família! É maravilhoso termos coisas boas que recordar. Gosto demais de ler suas matérias na Folha Sertaneja! Sempre Top!! Um grande abraço!
Linda reportagem que traz a nós netos de mãezinha lembranças muito boas da festa cobrada dia 2 de fevereiro onde se reunia gente de toda região para rever pagar promessa era muito bom quando a gente chegava lá estava mãezinha pra da a benção aos netos e a todos que chegavam que recordação boa parabéns Belo pelo seu belo trabalho
Parabéns meu irmão por resgatar a cultura religiosa da nossa região através do Jornal Folha Sertaneja só temos que agradecer a Deus por ter você escrevendo vários textos onde relembramos vários momentos inesquecível da nossa infância obrigado a todos que contribuíram com este maravilhoso trabalho
Parabéns meu irmão por resgatar a cultura religiosa da nossa região através do Jornal Folha Sertaneja só temos que agradecer a Deus por ter você escrevendo vários textos onde relembramos vários momentos inesquecível da nossa infância obrigado a todos que contribuíram com este maravilhoso trabalho
Parábens primo!Excelente texto, a força das nossas raizes e ancestralidades sempre nos fortalecem para continuar lutando pela preservação dessas memórias! Olho para foto de Tio Valério e vejo meu avô Teodoro, meu pai e tio Zuza!
As histórias que mos remete a lembrança de nossa ancestralidade,são sempre prazerosas e cheias de saudades.
Parabéns Valdomiro.Recordar e viver, obrigado por partilhar um pouco dessa linda história e lembranças. Para mim é importante para conhecer um pouco mais ainda desse povo que gosto tanto e me acolhe com carinho
Parabéns Waldomiro você é um excelente historiador.
Parabéns por essa iniciativa de mostrar as memórias da sua infância. Relembro a reza de Luzia, era com muita ansiedade que aguardávamos por esse dia.Foi um prazer poder contribuir para essa sua publicação.
Valdomiro, você realmente é um historiador de mão cheia (Como assim falavam nossos pais). Meu Deus, quantas lembranças. Lembro-me que o meu pai passou uma semana fazendo perguntas de cunho religioso a minha pessoa, segundo ele, Dom Jackson faria as tais perguntas para mim na minha primeira "Confissão". Ainda assim, não consegui a tal primeira confissão por errar as perguntas feitas pelo reverendo. Boas lembranças.
Parabéns Vsldomiro, belas e saudosas lembranças
Parabéns linda história!
Muito boa matéria Valdomiro! Parabéns! É muito bom relembrar os bons momentos da nossa vida. Também tenho as minhas recordações de Semana Santa na casa de tio Zuza e tia Neuza, e férias com tio Josué, tia Emília e Genilda. Hoje, só saudades!!!
Parabéns Valdomiro Nascimento! Que belíssima matéria, retrata uma comunidade de fé religiosa e traz uma grande passagem do passado e presente. Abraços!
Matéria de suma importância, na busca constante do resgate e da criação da história de um povo e da comunidade. Parabéns a Folha Sertaneja e ao nobre Valdomiro por boas e lindas matérias.
Parabéns por essa belíssima matéria ...tudo sobre nossas tradições nordestina.
NA VERDADE É MUITO BOM RELEMBRAR ESSES MOMENTOS VIVIDOS COM TANTA INTENSIDADE,QUANDO SE SENTIA O CALOR HUMANO, MUITO AFETIVIDADE.TAMBÉM TUDO ERA NOVIDADE PARA NÓS. EM SE TRATANDO DOS BOLOS,ERAM FEITOS APENAS EM OCASIÕES ESPECIAIS.