O meu cachorro implica com eles. Como todo mundo que tem a pretensão de escrever procura observar, até hoje observo, sem resposta, sem explicação, a implicância do meu cachorro. Ele é dócil, mas implica com os garis. É fiel, mas é implicante. Tento conversar, mas ele implica.
Não obstante a implicância, os jovens mantenedores da limpeza das nossas ruas passam altaneiros. Sabem ser superiores. Correm para não perder o ritmo. Apenas olham. E querem os leitores saber o que mais vejo no seu olhar? Vejo tolerância. Eles o sabem cachorro, e sabem que o denominamos de irracional.
Os garis sabem que os donos dos irritantes caninos – eles irritam! –, a maioria amigos que donos, os consideram. Sem os garis? Sem os garis a confusão, a barafunda, a sujeira. A derrota! Pestes e doenças viriam. Morreríamos de sujeira.
E eles correm! O motorista do caminhão coletor os puxa para a frente. Eles têm que correr. E, novamente, correm. De volta para casa, cansados e sujos, descansam. Curtem o descanso do dever cumprido.
Poderíamos dizer que os garis da coleta são alunos de uma escolinha de corredores. Quem sabe um pouquinho de orientação de um dos nossas bambambãs da educação física, uns fortificantes, um reforço na alimentação; quem sabe um deles um corredor de fama? Um troféu a mais para projetar Paulo Afonso?
Aos cabras bons da nossa Limpeza Pública, o obrigado de todos nós leitores deste site. Vocês são parte importante da nossa cidade.