Morreu nesta segunda-feira, 8 de Julho, em Paulo Afonso, o pioneiro chesfiano Hermes Benzota de Carvalho, pai de Hermes Benzota de Carvalho Júnior, conhecido como Júnior Benzota, Secretário de Administração da Prefeitura de Paulo Afonso e de outros 5 filhos.
Hermes Benzota, casado com Lúcia, deixa, além dos seis filhos, 12 netos.
Hermes Benzota vinha sofrendo muito ficando internado por várias vezes em clínica de Paulo Afonso e hospitais do Recife e nos últimos meses recebia os tratamentos médicos em sua casa.
Muito comunicativo, era um assíduo leitor do jornal Folha Sertaneja, que fazia questão de enviar para os amigos de outros estados.
Em nota, a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso diz que “Foi com pesar que o prefeito Luiz de Deus recebeu a notícia do falecimento de Hermes Benzota de Carvalho, pai do secretário de Administração Júnior Benzota, ocorrido nesta segunda-feira (8).
O prefeito, secretários e servidores municipais se juntam à dor dos familiares e amigos".
O corpo de Hermes Benzota de Carvalho está sendo velado no SAF, localizado na Avenida Apolônio Sales e o seu sepultamento será às 9 horas de amanhã, dia 9 de Julho, no cemitério Padre Lourenço Tori, no bairro Centenário, em Paulo Afonso.
Uma brevíssima história de Hermes Benzota de Carvalho
Ele nasceu em Tacaratu e trabalhou na Chesf por muitos anos até se aposentar, sendo um dos pioneiros do serviço de telecomunicações e foi também um destacado político em Glória onde foi vereador por quatro mandatos e foi presidente da Câmara no biênio 1987/1988.
Dentre as coisas que muito amava ele destacava sempre, depois de sua família, a Chesf, a Maçonaria onde chegou ao último grau, 33 e o cantor Luiz Gonzaga de quem era fã incondicional.
Sempre foi um grande admirador do cantor Luiz Gonzaga, o Rei do Baião de quem tinha quase 80 discos, dentre eles mais 70 LPs. Sempre dava um jeito de ver seus shows e de visitá-lo, o que fez em várias oportunidades, inclusive esteve com Luiz Gonzaga duas vezes quando ele estava internado no Recife, pouco antes de sua morte.
Hermes Benzota narrou um dos encontros que teve com Luiz Gonzaga, no Recife, quando foi recebido pelo Rei do Baião no Hotel onde ele estava. Hermes e Luiz Gonzaga identificaram-se como maçons e conversaram muito. Nesta conversa, Hermes perguntou porque Luiz Gonzaga não fazia uma música sobre um dos símbolos da Maçonaria, uma planta que remonta aos primórdios da humanidade.
Disse Hermes que Luiz Gonzaga aprovou a ideia na hora, pegou o telefone, ligou para o maestro Orlando Silveira, também maçom e nasceu Acácia Amarela, que foi “gravada em 1982 e incluída no elenco no LP “Eterno Cantador”, da etiqueta RCA-Victor. E regravada em CD em 1998, com arranjo de Orlando Silveira e execução vocal de Luiz Gonzaga”.
Ao saber da morte de Luiz Gonzaga, Hermes Benzota foi a Exu, com a esposa Lúcia e ali dormiram no carro porque a cidade estava tomada por jornalistas e admiradores de todo o Brasil e não havia uma vaga nos hotéis.
Depois, escreveu um texto em que contava a história de Luiz Gonzaga através dos títulos de suas músicas:
“Nasceu na Fazenda Caiçara, Município de Exu, Estado de Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912, o menino Luiz Gonzaga do Nascimento. Tornou-se um grande artista, sendo denominado de LUIZ LUA GONZAGA / REI DO BAIÃO, do qual além de admirador e seu fã, somos irmão da Ordem e tenho em minha discoteca 73 LPs e 5 Compactos.
Como é do conhecimento público o mesmo adoeceu e ultimamente estava internado no Hospital Santa Joana no Recife. Fui visita-lo no dia 04/07 e novamente no dia 26/07.
Luiz faleceu no dia 02/08. É chegada a “HORA DE ADEUS”.
Para vencer minhas paixões, em companhia de minha esposa enfrentamos “LÉGUA TIRANA” e fomos assistir os funerais em “EXU”, a 420 quilômetros de distância de “PAULO AFONSO”.
É chegada a hora e vem a “TRISTE PARTIDA”. O “BOIADEIRO” silencia a sua voz. Em um canto de parede “A SANFONA SENTIDA”. O “CHOFER DE PRAÇA” não buzina o seu carro. O “PADRE SERTANEJO”, “OLHA PRO CÉU” onde por certo ele se encontra junto ao “PADIM CIÇO” e a “BEATA MOCINHA”, enquanto aqui na terra ficaram a “PADROEIRA DO BRASIL” e o “FREI DAMIÃO” a orarem por ele e pedir aos demais irmãos que assim o façam.
A “ASA BRANCA” silenciou. A “ACAUÔ emudeceu. O “ASSUM PRETO” calou-se. O “SABIÁ” encolhida e tristonha.
Aquele “CABOCLO NORDESTINO” e “ETERNO CANTADOR” que cantou e encantou como ‘A VIDA DO VIAJANTE” suas andanças pelo “RIACHO DO NAVIO”, pela “PARAÍBA”, igreja da “PENHA”, no “RIO DE JANEIRO”, enquanto o “JUAZEIRO” murchou suas folhas.
E a morte amarga “QUI NEM JILÓ”. O seu repouso eterno no “JARDIM DA SAUDADE” faz com que, pelo menos por enquanto, tornem-se pretas as folhas da “ACÁCIA AMARELA”.
Hoje é a vez dos seus familiares e os muitos amigos também sentirem a sua “TRISTE PARTIDA”.
Meu tio Hermes benzota grande filho grande pai um grande tio vou ter sempre lindas lembranças do senhor descanse em paz tio
Minhas condolências aos familiares e amigos. Hermes era um cidadão adorável. Tive a satisfação de desfrutar de sua amável companhia, algumas vezes, em roda de bate papo com os amigos, nos áureos tempos em que trabalhei na Rádio Bahia Nordeste. Vá com Deus meu amigo. Sentiremos a sua ausência. Descanse em paz. 😢
Cada dia ficando mais satisfeito pelo conteúdo das reportagens, parabéns Galdino.