Após realizarem manifestação pelas ruas da cidade um grupo de índios, estudantes do curso de Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena – LICEEI na Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus VIII na Cidade de Paulo Afonso-BA, se dirigiu a esta unidade da UNEB Campus 8, no prédio da antiga Escola Adozindo na CHESF onde estão a sala da diretora, área administrativa e as salas de aulas. Em vídeo divulgado pela liderança da ANAÍ, é informado que eles só deixarão esta unidade de ensino quando tiverem suas reivindicações aprovadas pela reitoria da UNEB.
Os índios são representados pela ANAÍ – Associação Nacional de Ação Indigenista, que emitiu um manifesto disponível a seguir:
Manifesto de Repúdio
Nós Professores e Professoras indígenas das regiões Norte e Oeste da Bahia, estudantes no curso de Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena – LICEEI na Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus VIII na Cidade de Paulo Afonso-BA, viemos a público Manifestar Repúdio a conduta racista, discriminadora com que o Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Educação do Estado (Secretário Jerônimo Rodrigues) e UNEB na pessoa do Reitor (José Bites de Carvalho) têm nos tratado enquanto profissionais da educação escolar indígena que representamos os interesses educacionais das seguintes etnias: Kiriri, Kaimbé, Kantaruré, Pankararé, Tuxá, Tumbalalá.
O governo da Bahia criou a carreira de Professor Indígena, através da Lei 12.046/11 de 04 de janeiro de 2011, porém, resiste ao dialogar com a categoria que visa discutir com o Estado uma estratégia para assegurar a permanência destes profissionais nos cursos de licenciaturas intercultural indígena, promovidos pela Universidade do Estado na Bahia – UNEB. Na ausência de uma política estadual de formação superior para os profissionais da educação escolar indígena, as licenciaturas são consideradas por nós professores e professoras indígenas uma excelente oportunidade para a melhoria da qualidade da educação ofertada pelo Estado em nossas escolas indígenas, mas para que esse sonho venha a tornar-se realidade é preciso haver compromisso e investimento do Estado para garantir que os estudantes das licenciaturas consigam concluir seus cursos, para que finalmente possamos adquirir uma formação superior que melhore a nossa qualificação profissional e nos torne aptos a receber uma remuneração justa de acordo com a carga de trabalho desempenhamos conforme regulamenta a Lei 12.046/11.
Com indignação manifestamos o nosso Repúdio e dizemos ao Secretário de Educação do Estado e ao Reitor da UNEB, Jerônimo e Bites que não iremos tolerar racismo institucional, que respeitem os povos originários, respeitem os povos indígenas do Norte e Oeste da Bahia. Exigimos em caráter de urgência uma agenda para tratar da pauta apresentada relacionada Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena.
Por conta dessa invasão, a diretora da UNEB, Professora Suzana Menezes Luz de Souza, expediu um comunicado informando da suspensão das atividades daquela universidade no dia de hoje, 6/11, dia da invasão e informando que aguarda os encaminhamentos para decidir sobre o dia de amanhã, 7/11.
Todos somos estrangeiros no Brasil. A terra é de todos, com todo respeito. Figuras chamadas de esquerda ficam atiçando os índios, depois quem leva bala dos ladrões são os coitados. Há que haver proteção para os indígenas.