O site www.tribunamulungu.com.br traz uma matéria hoje que merece toda a atenção das autoridades do município mas também de cada cidadão.
Não bastassem as agruras que já vivemos com esta pandemia que não acaba nunca, há a luta desesperada de pessoas que não têm o mínimo para a sua sobrevivência, que dependem totalmente da solidariedade de outras pessoas.
E isso me fez lembrar uma reflexão que li há algum tempo nas redes sociais.
Alguém questionou porque os moradores de rua não adoecem da Covid. E outro responde: “porque eles são invisíveis, ninguém os vê, não se chega perto deles, ninguém os abraça, não se tocam as suas mãos"...
O texto assinado pela poetisa Patrícia Santos, mostra a situação de pelo menos três casos de moradores de rua do Bairro Tancredo Neves que sofrem ainda mais com o frio que chega à cidade nessas noites de inverno.
Este é o caso do BTN. Certamente em outros bairros e também na Ilha de Paulo Afonso, há situações semelhantes.
Reproduzimos o texto e a foto da tribuna mulungu, como um chamamento para que outras pessoas também se solidarizem com estes nossos irmãos tão mais carentes que nós. E que uma grande instituição ou a prefeitura crie, alugue, construa um lugar para acolhê-los, pelo menos para tenham noites menos desagradáveis que as que vivem...
Solidão, frio e medo, assim são as noites dos moradores de rua do BTN
Por:Patrícia Santos
A situação de vida nas ruas não é apenas um problema das cidades grandes, conhecidas por terem grande população de moradores de rua, infelizmente, essa triste realidade também está presente nas pequenas e médias, inclusive em nossa cidade, Paulo Afonso.
Viver nas ruas, sem abrigo, não é fácil. Além do sentimento de abandono, medo da violência, fome, falta de condições para fazer higiene pessoal é preciso sobreviver às mudanças climáticas.
As noites frias são agradáveis para quem está na segurança de um quarto, numa cama confortável, em baixo de lençóis enxutos, já para aqueles que estão tentando se proteger embaixo de marquises ou de árvores, o inverno se torna um grande tormento.
Sobrevivente das ruas do BTN II, um senhor que não quis ser identificado relata com olhos lacrimejados um pouco da sua peleja durante o inverno:
“Dormir à noite já difícil, a gente fica com medo de alguém fazer uma malvadeza, e quando tá chovendo é pior ainda, a gente fica todo molhado sem saber pra aonde ir, o frio é muito ruim”
Pelo menos três pessoas tentam sobreviver nas ruas do Bairro Tancredo Neves, uma mulher que geralmente é vista nas proximidades do Ceasa, uma senhora que já sobrevive há muito tempo embaixo de uma árvore na rua Olavo Bilac, e um senhor que tentava se abrigar na marquise de um ponto comercial, próximo ao posto da Polícia Rodoviária, mas foi expulso pelo proprietário.
https://tribunamulungu.com.br/ 30/06/2021 às 13:46
A pandemia empobreceu imensamente os brasileiros, contudo, continua sendo obrigação do Estado assegurar vida digna para os cidadãos.