No limiar da existência, há vidas que se desdobram sem destino, perdidas na imensidão do desconhecido. São trajetórias entrelaçadas ao acaso, sem rumo definido, como folhas levadas pelo vento de uma realidade incerta.
Nesses caminhos desprovidos de futuro, o tempo escorre entre os dedos como areia fugaz. O amanhã se perde na penumbra de um presente sem promessas, e a esperança se dissolve como a neblina ao primeiro raio de sol.
Amores ausentes, como pássaros que nunca pousam, deixam essas vidas mergulhadas na solidão. São corações errantes, procurando significado em um mundo que muitas vezes parece indiferente aos seus anseios mais profundos.
Vivas apenas no sentido físico, essas vidas perambulam pelas horas, mas a chama da alma parece vacilar. O colorido da existência desbota, transformando-se em tons de cinza, e o pulsar do coração ecoa como um sussurro quase inaudível.
Nesse cenário de vidas vivas, mas mortas, a busca por propósito se torna uma jornada obscura. É como se cada passo fosse dado em um terreno movediço, sem a certeza de encontrar um solo firme sob os pés.
Contudo, mesmo nas sombras dessa narrativa desoladora, há uma centelha de esperança. Pois, em meio ao caos aparente, há a capacidade humana de reinvenção, de transformar a trajetória e resgatar o sentido perdido.
Assim, entre vidas sem destino, sem futuro, sem amor, e apesar de viverem uma morte sutil, existe a possibilidade de renascimento. Resta a escolha de acender a luz interior, desbravar novos horizontes e, quem sabe, encontrar na imensidão da existência, um propósito que dê vida verdadeira a essas vidas à deriva.
Luciano Júnior