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LUCIANO JÚNIOR

A Preguiça do Bem

Publicada em 24/06/24 às 15:48h - 263 visualizações

Luciano Júnior


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A Preguiça do Bem
 (Foto: imagem ilustrativa)

A Preguiça do Bem

Luciano Júnior

Dizem por aí que Edmund Burke, um pensador irlandês do século XVIII, soltou a máxima: “Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.” Imagina o Burke, sentado numa taberna, levantando a caneca de cerveja e, no meio de um brinde, deixando cair essa pérola no colo dos amigos. Os colegas, depois de alguns segundos de silêncio desconcertante, riram nervosamente, tentando entender se era uma piada ou uma indireta pesada.

Ah, a preguiça do bem. Quem nunca se deparou com aquela injustiça escancarada, mas decidiu que hoje não era um bom dia para se meter em confusão? Talvez uma sacola plástica flutuando no lago ou um político desfilando impunemente com suas promessas vazias. “Alguém vai fazer algo a respeito”, pensamos. “Não pode ser que só eu veja isso.” E, assim, seguimos nosso caminho, ignorando o que nos parece um filme repetido, onde sempre esperamos que o herói apareça na última cena.

A verdade é que os bons, como o próprio Burke sugeriu, são um tanto preguiçosos. Ah, mas não me interpretem mal! São bons de coração, mas ruins de planejamento. Cheios de boas intenções, mas sem agenda definida para a execução. Entre uma reunião de trabalho e um episódio novo da série favorita, os bons pensam: “Hoje não, talvez amanhã.”

Enquanto isso, o mal, sempre pontual, chega na hora e sem avisar. Ele não precisa marcar horário na nossa agenda, nem pedir licença. O mal é aquele vizinho sem noção que toca a campainha às seis da manhã de um domingo para perguntar se temos açúcar. E nós, os bons, na nossa inércia confortável, apenas resmungamos e nos viramos para o outro lado, tentando voltar ao sono dos justos.

Então, quando Burke disse que bastava os bons não fazerem nada, ele não estava só nos dando uma lição de moral. Estava, de certa forma, nos desafiando a sair do conforto do sofá, a trocar a passividade pela ação, nem que seja uma ação minúscula, como jogar fora aquela sacola plástica ou escrever um e-mail para aquele político. Porque, no fim das contas, a mudança começa nas pequenas atitudes. Um ato de coragem por vez.

Talvez seja hora de levantarmos a caneca imaginária, como Burke, e brindar ao pequeno gesto que podemos fazer hoje, ao pequeno incômodo que podemos suportar para evitar que o mal se sinta tão à vontade. Vamos lá, os bons podem ser um pouco menos preguiçosos. Afinal, o sofá estará sempre esperando por nós no final do dia.




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