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LUCIANO JÚNIOR

A Frenética Corrida da Enrolação

Publicada em 16/09/24 às 14:44h - 125 visualizações

Luciano Júnior


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A Frenética Corrida da Enrolação
\"porta bandeiras\" nas eleições -  (Foto: A Tribuna - RJ)

A Frenética Corrida da Enrolação

Luciano Júnior

Ao entrar na ilha de Paulo Afonso, me deparo com o mesmo espetáculo deprimente que se repete a cada eleição: bandeiras tremulando, carros plotados com sorrisos falsos, e aquela suadeira típica dos políticos em busca de votos — ou, mais precisamente, em busca de negócios disfarçados de promessas. É uma corrida frenética, como se estivessem atrás de um ouro que só dura quatro anos. E os eleitores, bem... alguns seguem desavisados, mas outros, mais espertos, já entenderam que a eleição é uma oportunidade de fazer um "bom negócio". Afinal, quem disse que voto não tem preço?

Parece que Mahatma Gandhi estava sonhando quando disse “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Em Paulo Afonso, a frase soa como uma piada. Porque, convenhamos, quem está disposto a ser essa mudança? O eleitor que trocar o voto por um saco de cimento? Ou aquele que vende o seu poder de escolha por uma conta de energia? Quem se importa com política pública de qualidade, com saúde decente ou educação de verdade, quando o que está em jogo é algo bem mais tangível e imediato: um favorzinho aqui, um presentinho ali.

É até curioso ver como a negociação flui, quase sem constrangimento. Um saco de cimento, e pronto: temos um voto. Uma promessa de emprego fantasma ou de resolver aquela multa de trânsito pendente, e voilà, o eleitor se rende, como quem assina um contrato sem ler as cláusulas. Para muitos, a eleição virou um leilão: o candidato que der mais, leva. E assim, a democracia se transforma em um balcão de negócios — mal disfarçado, diga-se de passagem.

Mas a verdade é que, nesse jogo, ninguém é inocente. O político sabe que, ao oferecer cimento, cestas básicas ou uma carteira, está comprando não só um voto, mas a apatia, a conivência de quem deveria estar exigindo algo melhor. E o eleitor, que deveria ser o cliente mais exigente, aceita o mínimo, o que é mais fácil e imediato. Porque, para muitos, a mudança não vale a espera, a briga ou o esforço. O futuro? Ah, o futuro que se dane, desde que o cimento chegue agora.

A grande ironia de tudo isso é que, depois de vender o voto, o eleitor vira a primeira pessoa a reclamar. Reclama que o hospital está caindo aos pedaços, que a rua nunca foi asfaltada (nem vai ser), que a escola está abandonada e que os políticos só sabem mentir. Ora, mas de quem será mesmo a culpa? É claro que não se trata de inocentar os políticos, afinal, eles fazem parte da engrenagem. Mas é impossível não perceber que quem entrega o poder nas mãos deles, muitas vezes, faz isso pelo preço de um saco de cimento ou uma promessa vaga.

E aí, quando a eleição acaba e o cimento endurece, a desilusão chega. O político some, as promessas desaparecem, e o saco de cimento já não parece um negócio tão bom assim. Mas não se preocupe: daqui a quatro anos, o circo volta, e o show recomeça, com os mesmos atores e o mesmo público. Afinal, a frase de Gandhi pode até ser bonita, mas em Paulo Afonso, ela serve mais como um lembrete do que poderia ser — se a gente parasse de vender o futuro por migalhas.




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