Chegamos!
Luciano Júnior
E assim chegamos a 2025, um ano que começa com toda a pompa de um espetáculo de fim de temporada. Traz promessas de recomeços brilhantes e fantasmas de erros passados ainda por exorcizar. O calendário, coitado, é só um papel pendurado na parede ou um pixel na tela, mas carrega a expectativa de bilhões.
Lembro de um amigo da faculdade, sempre sábio em suas metáforas, que costumava comparar cada novo ano a uma página em branco. Ele dizia: “É como se o livro de nossa vida nos desse uma chance de reescrever. Não dá para apagar o que já foi impresso, mas dá para fazer um rodapé brilhante ou até mesmo uma errata bem-humorada, num novo capítulo.” Era o jeito dele de dizer que os erros passados não precisavam nos perseguir como sombras, arrepender e confessar, com sinceridade, e não fazer mais basta.
Enquanto isso, a humanidade se divide entre os otimistas, que acreditam que 2025 será "o ano", e os céticos, que esperam apenas mais do mesmo e os pessimistas que já contam com invasão extraterrestre, terceira guerra mundial e pandemias. E, no meio disso tudo, temos os ansiosos, os reais protagonistas. Aqueles que já começam janeiro com a sensação de que o relógio anda depressa demais, enquanto suas metas de ano novo nem sequer saíram do papel.
Mas veja bem: embarcar nesse novo ano não precisa ser como saltar às cegas de um penhasco. 2025 pode ser aquele trem confortável, com janelas amplas, de onde você observa a paisagem da vida passando e decide onde descer para explorar. A chave está em repensar. Repensar os planos, os métodos, as certezas inabaláveis que às vezes nos prendem mais do que nos protegem.
Por isso, proponho uma receita leve: embarque em 2025 sem medo, com a alma arejada e o coração abastecido pelo melhor de você. Cultive a flexibilidade de um cientista, que se permite errar para aprender, e a curiosidade de uma criança, que não se envergonha de fazer perguntas simples e creia no Criador. E, por favor, não deixe de rir – de si mesmo, do mundo, de amigos com suas metáforas estranhas, mas certeiras.
Seja o autor corajoso de sua nova história, mesmo que ela tenha uns rabiscos tortos.
Afinal, como diz o ditado não tão antigo: “Se a vida é um livro, 2025 é o próximo capítulo. Melhor queimar a borracha do que a chance de ser feliz”.