O Carnaval da Euforia e os Alarmes Sufocados
Luciano Júnior
E numa sexta-feira, estou cá na Bahia, onde o ar cheira a dendê, folia e expectativa. O Carnaval ainda não começou, mas já ensaia sua entrada triunfal. Pelas ruas, blocos afinam os tambores, ambulantes testam seus isopores e foliões já sonham com as primeiras batidas do trio elétrico. Mas, no meio dessa euforia que cresce, há um som abafado, um ruído quase imperceptível, que insiste em não ser ouvido: os alertas da COVID-19 e, agora, de um novo vírus, já de outra possível doença, que ameaça desembarcar por aqui.
Os números falam por si. Até 6 de fevereiro de 2025, a Bahia já viu 1.819 novos casos de COVID-19, Salvador liderando ranking e as autoridades sanitárias reforçando a necessidade de vacinação e cuidados. Mas quem tem tempo para estatísticas quando o coração bate no compasso da folia? O vírus, coitado, foi rebaixado ao papel de figurante na novela da festa.
E como se não bastasse, os rumores de um novo vírus começam a circular, e já há quem diga que pode ser a próxima pandemia. O Brasil, sempre um anfitrião generoso, tem um histórico de abraçar tudo o que chega – bons e maus visitantes. O que não sabemos é se esse novo inquilino da microbiologia será um convidado passageiro ou se pretende se instalar de mala e cuia.
Vejo as ruas se encherem de gente e me pergunto: será que estamos repetindo o ato um da peça de 2020? Porque a história tem uma tendência irritante de se repetir quando não aprendemos a lição. Máscaras? Sumiram. Álcool em gel? Virou artigo decorativo, isso sem discutir a eficácia ou não. A única coisa que continua se espalhando sem barreiras é a pressa em esquecer qualquer sombra de ameaça sanitária.
O fato é que ainda não estamos no Carnaval, mas ele já vibra no ar. E entre um brinde e outro, um confete e um aperto de mão descuidado, a festa se desenha como se o mundo fosse imune a qualquer revés. Talvez seja essa a essência do brasileiro: seguir sambando, mesmo quando os alarmes tocam.
E depois dança sofrendo com as consequências!
Prezado PedroNão é alarmismo, veja que os números são da secretaria de saúde do Estado da Bahia e de outros veículos de comunicação.A situação só piora e o carnaval será, novamente, o grande disseminador.Então Pedro, é bom tomar cuidado. Prevenir para não precisar arremediar. Ainda mais que para estas doenças não há remédio.
Concordo, plenamente, com as palavras do autor do texto! Nós brasileiros, gostamos muito de festas, de nos reunir, festejar. E, na maioria das vezes esquecemos dos perigos que nos rondam!
Verdades.O povo cego só pensa em festa.Vão se lascar no fim.
Que alarmismo.Onde tem isso na Bahia?Querem causar pânico.O Brasil está feliz, tudo azul!