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LUCIANO JÚNIOR

À Sombra das Mangueiras - com a poetisa Jovelina Ramalho

Publicada em 11/04/25 às 13:59h - 120 visualizações

Luciano Júnior


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À Sombra das Mangueiras - com a poetisa Jovelina Ramalho
 (Foto: imagens ilustrativas)

À Sombra das Mangueiras - com a poetisa Jovelina Ramalho

Luciano Júnior

Dizem que, de vez em quando, é preciso se perder para se encontrar.

Eu, que vivo perdido no meio do mundo, decidi me perder de propósito: arrumei a mala, deixei a pressa na esquina e fui até Paulo Afonso, não só para rver as belezas do Velho Chico, mas para rever amigos e beber na fonte viva da poesia — a imortal Jovelina Ramalho que lança novos trabalhos.

Sim, beber na fonte. Porque visitar Jovelina não é uma simples visita, é um verdadeiro mergulho nas águas cristalinas da sabedoria, também nordestina, com direito a sombra fresca das mangueiras no seu jardim e quintal. E que mangueiras! Pareciam guardiãs de memórias antigas, espreitando a prosa, abanando a brisa para manter a conversa fresca.

Ela me recebeu como só as grandes damas da palavra sabem receber: com sorriso largo, um brilho curioso no olhar e uma cadeira de balanço generosa, que mais parecia me convidar para esquecer do mundo lá fora. E eu aceitei o convite, claro. Sentei, respirei fundo e deixei a alma se esticar na rede invisível daquele momento.

Entre uma risada e outra — porque Jovelina tem um humor que só quem bebe do pote de barro da simplicidade conhece — ela começou, como quem abre um livro de encantamentos:

“O importante da vida... são os sorrisos que você despertou, a caridade que fez e o amor que  plantou.

O resto? São apenas detalhes!”

Ah, meu caro... Se eu tivesse levado um caderno, teria anotado. Mas preferi gravar na memória do coração, que é onde ficam guardadas as coisas que importam de verdade.

E como quem conhece bem as águas profundas da vida, Jovelina ainda pescou uma pérola de outra imortal:

“O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. A sabedoria se aprende com a vida e com os humildes.”

Assim dizia Cora Coralina, e assim repetia minha anfitriã, como quem tempera a conversa com poesia de avó.

Naquele momento, eu percebi que o tempo se dobra para quem vive com alma leve. Os ponteiros do relógio até tentaram se mexer, mas ficaram preguiçosos à sombra da mangueira. E eu, ali, me senti menos perdido nas lutas da vida. Senti que, no fundo, a gente não se perde: a gente se espalha um pouquinho para depois se colher.

E se você me perguntar o que levo desse encontro, te respondo fácil: levo a leveza de saber que, mesmo nos dias mais nublados, sempre haverá uma mangueira amiga para sombrear as preocupações. Levo o conselho de plantar amor — que, diferente das plantas frágeis da cidade, floresce até nas terras mais secas da existência.

A poetisa me deu um presente que não cabe na mala. Mas cabe no peito, bem guardado, feito poesia que se eterniza no quintal da alma.




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1 comentário


Marcos Antônio Lima

11/04/2025 - 14:22:25

Excelente texto. Parabéns ao escritor Luciano Júnior e parabéns a sua belíssima fonte de inspiração, a confreira, professora, poetisa e sereia da ALPA: Jovelina Ramalho. Pois, quem ouve a voz suave de Jovelina, fica encantado.


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