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LUCIANO JÚNIOR

NÓS, OS “ÍNDIOS”, OU COMO AGORA DIZEM, OS “POVOS ORIGINÁRIOS”

- com fumaça de verdade e riso na aldeia -

Publicada em 19/04/25 às 11:50h - 57 visualizações

Luciano Júnior


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NÓS, OS “ÍNDIOS”, OU COMO AGORA DIZEM, OS “POVOS ORIGINÁRIOS”
 (Foto: imagem ilustrativa da net)

NÓS, OS “ÍNDIOS”, OU COMO AGORA DIZEM, OS “POVOS ORIGINÁRIOS”

- com fumaça de verdade e riso na aldeia -

Luciano Júnior

Nós, os “índios”, os “povos originários”, os “habitantes da floresta”, os “herdeiros da terra”, ou como gostam de dizer nas reuniões da ONU com ar solene e café sem açúcar, “os guardiões da biodiversidade”, estamos aqui... desde sempre. Literalmente.

Antes mesmo da caravela de Cabral se empolgar com os ventos do Atlântico, já estávamos nós aqui, pintados de urucum, pescando, filosofando em tupi e fazendo TikTok com fumaça de cachimbo (ok, essa parte pode ser uma pequena licença poética).

A tal “descoberta do Brasil” foi o maior spoiler da história.

Descobrir algo que já era conhecido é tipo dizer que você descobriu o brigadeiro na festa da sua prima.

Os fenícios, os judeus sefarditas, os chineses com suas bússolas de bambu, todos já tinham dado seus pulos por aqui. Até mesmo os vikings estavam considerando construir um beach club em Fernando de Noronha, mas desistiram porque não tinha wi-fi.

E nós?

Bem, nós seguíamos. Caçando, dançando, criando filhos que dormiam com os bichos e conversavam com o vento.

Mas aí vieram os portugueses com suas cruzes, espelhos e um conceito curioso de “civilização” que envolvia escravizar, batizar e proibir o uso de tangas.

Hoje, em pleno século XXI, os desafios mudaram... ou não.

Tem Wi-Fi na aldeia, sim. Tem TikTok, tem WhatsApp do pajé, mas também tem fome, abandono, grileiro com drone, missionário com planilha, político com discurso fofo e nenhuma ação. A diferença é que agora tudo é filmado em Full HD.

O indígena moderno é, ao mesmo tempo, símbolo e silhueta. Serve de outdoor para campanhas políticas ("vamos proteger os povos originários"), aparece em vídeos de artistas pop, e se der sorte, ganha uma linha exclusiva de artesanato no shopping. Mas quando o assunto é demarcação de terras, saúde, educação bilíngue ou o mínimo de dignidade, aí a conversa muda mais rápido que jabuti em tobogã.

Somos resistência, mas não museu.

O mundo ama a imagem do índio folclórico: calado, pintado, parado ao lado da oca, como se fosse parte da decoração do planeta. Um jardim zoológico cultural, cuidadosamente protegido por ONGs que falam mais inglês do que tupi-guarani, ávidas por dólar.

Meu caro, ser índio de verdade é sobreviver. É adaptar, é reexistir. É usar cocar na formatura e abrir startup de cosmético vegano à base de jaborandi. É falar do tempo com o ancião e ao mesmo tempo, do tempo de resposta do wi-fi.

A política, ah, a política...

Todo político em campanha ama os índios. Sério, deve estar no manual: "Capítulo 5: Tire uma foto com um povo originário e diga a palavra ‘ancestralidade’ com voz embargada". Depois some como promessa em palanque depois da eleição.

Mas estamos aqui.

Uns dançam. Outros cantam. Outros lutam na Justiça. Uns vendem artesanato, outros fazem doutorado. Uns falam tupi, outros falam três línguas — e uma delas é Python, eu. Bem, hoje estou distante da programação.

Não queremos ser mitificados nem apagados. Não somos relíquias, somos gente. Gente que ri, que chora, que caça e que cansa. Gente que reza, que ama, que vota (quando não tem título bloqueado) e que está cansada de ser símbolo quando precisa ser cidadão.

Porque no fundo, a verdadeira ancestralidade é não apenas manter viva a memória dos que vieram, mas garantir que ela não seja enterrada sob discursos, selfies ou cercas.

E se quiserem mesmo proteger os povos originários, fica a dica: menos romantismo, mais respeito. Menos ONG gourmet, mais saneamento. Menos discurso de cúpula, mais escuta de aldeia.

No mais, deixem a gente viver. Com o pé no chão, mas também, se quiser, com o tênis novo que ganhamos da prima que mora na cidade, com terno em escritórios ajudando a construir um Brasil diferente.

Obs.: nós é porque com muito orgulho tenho um pé numa tribo de Pernambuco.

Uma boa mistura de índio com europeu, deve ser por isso que sou "estranho". Kkkkkkkkk




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