Nos grupos do WhatsApp, que são o nosso correio mais moderno e rápido nos dias de hoje, corre a notícia, que se espalha ligeiro que morreu Enoch do Acordeon.
E isso acontece no momento em que a Prefeitura anuncia que o São João deste ano, será minguado, sem atrações nacionais porque não tem dinheiro para isso e que, porque a prata da casa recebe um tiquinho do muito que vai para os nomes nacionais, a festa será feita com esses valores da terrinha mesmo.
Certamente que, se estivesse bem de saúde, o grande Enoch do Acordeon, assim como outro grande e quase esquecido Deca do Acordeon e tantos outros sanfoneiros que nos dias das festas juninas às vezes são lembrados para tocar numa festinha da escola, pra animar um arraial de ponta de rua, pra ir animar a moçada e os mais velhos também nas festas da zona rural onde o Santo Antônio, São João e São Pedro, com direito a fogueira, cangica, pamonha e milho assado na brasa, se mantêm vivos pelos que realmente valorizam esses tempos...
Lembro de Enoch do Acordeon, com senho fechado que parecia estar com raiva, e trazia dentro do peito um coração de manteiga derretida.
E, com a sanfona no peito ele era a autoridade maior no palco. E a sanfona choradeira mexia com o povão, desenferrujava joelho de velho e a festa estava garantida.
Mas, chegou o seu dia, como acontecerá com todos nós. A sanfona ficou calada. Foi como se, no meio do forró, o sanfoneiro fosse embora e ficasse no ar apenas os acordes das últimas estrofes do último xote, forró, baião, o que fosse, desse montão de ritmos nordestinos que os dedos ágeis de Enoch encontrava nas teclas de sua sanfona e agitava a multidão que se espremia no Vila do Forró construída na avenida principal da cidade.
Foi-se encontrar com Mama Vitória, com Luiz Gonzaga, com Dominguinhos, com Lalau, com Turpim com músicos das terras de Paulo Afonso e do Brasil, todos exaltando as belezas das tradições sertanejas, muitos deles tão pouco reconhecidos e valorizados, humilhados até por gente que vem de fora e não toca nem canta quase nada, mas é famoso...
Deixamos a sugestão que pelo menos, na programação junina de Paulo Afonso, o nome de Enoch do Acordeon, seja o grande homenageado, mas não uma coisinha àtoa, um cartazinho. Que se pense em coisa grande, para homenagem um grande animador desta mesma festa, por tantos anos e que nos deixa, às vésperas dos Festejos Juninos de 2019.
Tá chegando o São João! E viva Enoch do Acordeon!!!
Restanos a saudade eterna, em álacres notas de uma saudosa concertina. Se foi esse grande músico que acendia a fogueira de São João em nossos corações. Se foi o nosso Enoch do acordeon. 😓
Paulo Afonso e Região,perde um grande mestre da sanfona,onde tocava ,fazia o povo dançar. Meus pêsames aos familiares.
Estamos de luto. A cidade perde um grande artista. Parabéns amigo Galdino pela reportagem.
Notícia triste, porém recheada de créditos a quem trouxe tantas alegrias; Enoque leva nossas emoções no silêncio sanfona, deixando um registro nas páginas da história de muitas gerações. Cantou e encantou a quem ele dizia que o "palco era parte da sua casa" Eternas saudades.