No dia 21 de julho, faltando uma semana para o aniversário da emancipação política de Paulo Afonso, Jânio Soares, conhecido por todos como JANINHO, estaria também completando 64 anos, a mesma idade do município de Paulo Afonso.
Assim, na semana em que acontecem as programações em homenagem aos 64 anos de emancipação política de Paulo Afonso, o Jornal Folha Sertaneja e o site www.folhasertaneja.com.br, em parceria com a Academia de Letras de Paulo Afonso – ALPA - de que também fazia parte Jânio Soares, estarão realizando a SEMANA JÂNIO SOARES e, em todos os dias de 24 a 31 de julho estaremos publicando neste site, crônicas de Jânio Soares publicadas no Jornal ou no site da Folha Sertaneja e textos em homenagem ao cronista Jânio Soares.
Também na edição do Jornal Folha Sertaneja online, de julho de 2022, que circulará no dia 1º de agosto de 2022, haverá um espaço lembrando Jânio Soares.
E começamos nesse domingo, dia 24 de julho, reproduzindo um artigo publicado no livro Revista da Academia de Letras de Paulo Afonso Nº 4, Ano-2022.
Antônio Galdino da Silva
Jornal Folha Sertaneja
Site www.folhasertaneja.com.br
Presidente da ALPA
Jânio Ferreira Soares
Filho de Cecília e Tenente Zé da Silva, sobrinho de D. Alda do Cartório, nasceu em 21 de julho de 1958, uma semana antes da emancipação política do Distrito de Paulo Afonso que em 28 de julho de 1958 passou a ser o município de Paulo Afonso e cresceu numa casa sombreada por umbuzeiros e tamarineiros na cidade de Glória, hoje submersa nas águas do mesmo rio que lhe lambia as costas. Casou com Valéria e dessa união nasceram Luiza, Júlia e Juca.
Desde 2005 Jânio Soares escrevia quinzenalmente, aos sábados, no jornal A TARDE, de Salvador e, por muitos anos, foi colaborador do site Bahia em Pauta (www.bahiaempauta.com.br), da coluna Literatura, do Bahia Notícias (http://www.bahianoticias.com.br/cultura/literatura.html) e do jornal Folha Sertaneja e do site (www.folhasertaneja.com.br).
A sua qualidade como cronista o levou à Academia de Letras de Paulo Afonso onde foi recebido em solenidade realizada no Memorial Chesf de Paulo Afonso no dia 13 de dezembro de 2017, como Membro Efetivo, ocupando a Cadeira Nº 20 que tem como patrono o também baiano, escritor João Ubaldo Ribeiro.
Desde 1989 exerceu cargos públicos como secretário nas áreas de Cultura, Esportes e Turismo nos municípios de Paulo Afonso e Glória, ambos no Estado da Bahia.
Em 13 de dezembro de 2021, Jânio Soares, que exercia o cargo de Secretário de Cultura e Esportes do município de Paulo Afonso, foi vitimado por um infarto fulminante e nos deixou a todos surpresos e emudecidos. Isso nos impediu de vê-lo, junto com o município de Paulo Afonso, sua terra, comemorarem, na mesma semana, 64 anos de aniversário de nascimento.
O sempre alegre Jânio Soares completaria 64 anos em 21 de julho de 2022. Ele nos deixou em 13 de dezembro de 2021
O livro Revista da Academia de Letras de Paulo Afonso deste ano de 2022, publica uma homenagem a Jânio Soares, membro efetivo desta ALPA, que ocupava a cadeira Nº 20, que faleceu, vitimado por um infarto fulminante em 13 de dezembro de 2021.
Nessa homenagem, reproduzimos também uma matéria publicada pela Assembleia Legislativa da Bahia que mostra a homenagem que ali lhe foi prestada pela Deputada Fabíola Mansur.
Na ALPA, o nosso sentimento de perda foi externado por uma Moção de Pesar de todos da ALPA, assinada pela presidente Maria Gorete Moreira e um Informativo Especial da ALPA com 9 páginas e depoimentos de vários membros da ALPA.
Esse o texto da Revista da ALPA/2022, páginas 20 a 24.
Jânio Soares, membro da ALPA, cadeira Nº 20
Ao longo de sua história, a ALPA perdeu quatro dos seus membros. O último dele, Jânio Soares, nos deixou em 13 de dezembro de 2021, 4 anos depois dele ser recebido festivamente na Academia de Letras de Paulo Afonso como Membro Efetivo e ocupar a Cadeira Nº 20.
Foram muitas as homenagens póstumas a ele prestadas. Pela Prefeitura, pela Câmara, pelo 20º BPM, por instituições outras da cidade e por esta Academia de Letras, onde ele ocupava a Cadeira Nº 20 que tinha como Patrono o escritor baiano João Ubaldo Ribeiro, sobre quem, coincidentemente, Jânio Soares escrevera a sua primeira crônica publicada no Jornal A TARDE, onde ele tinha um espaço aos sábados, a cada quinzena.
Ele também foi homenageado pelo jornal Folha Sertaneja e pelo site www.folhasertaneja.com.br e outros sites da cidade e pela Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA – através da Deputada Fabíola Mansur (PSB).
Nesta homenagem da ALPA em seu livro anual, a Revista da Academia de Letras de Paulo Afonso no ano de 2022, decidimos transcrever a matéria publicada pela Editoria de Notícia da Agência da ALBA em sua página www.al.ba.gov.br, de 15/12/2021, as 18:25, de homenagem prestada ao nosso acadêmico Jânio Soares pela Deputada Estadual, médica Fabíola Mansur de Carvalho (PSB). Diz a matéria:
Fabíola lamenta o falecimento de Janio Ferreira Soares
A deputada Fabíola Mansur (PSB) inseriu, na ata dos trabalhos da Assembleia Legislativa, uma moção de profundo pesar pelo falecimento de Janio Ferreira Soares, secretário da Cultura e Esporte da Prefeitura de Paulo Afonso e articulista do Jornal A Tarde, dentre outros veículos de comunicação. Jânio morreu na madrugada de segunda-feira (13), aos 63 anos, após sofrer um infarto “na cidade em que nasceu, amou incondicionalmente e onde gostaria de guardar seus últimos pensamentos no momento mais crítico da vida”.
A socialista lembrou que, em uma de suas muitas crônicas, Janio Soares revela que, se lhe fosse permitido escolher uma última imagem, ante a morte iminente, escolheria contemplar o sertão, só para ser transportado aos seus tempos de menino, na então cidade de Santo Antônio da Glória, de onde se emancipou Paulo Afonso. “Queria ouvir, pela derradeira vez, os sinos da igreja, relembrar de como atravessava as ruas com uma peteca na mão, os ouvidos atentos às conversas dos mais velhos”, disse o cronista. Conhecido na cidade como Janinho, muito querido no meio cultural e intelectual, ele foi um proeminente cronista, famoso pelo seu texto impecável, conhecimento, humanismo e um senso de humor que poucos têm nos dias de hoje, salientou a deputada.
Seus escritos, segundo o próprio Janio, eram para “distrair” sua audiência, a quem chamava “minhas velhinhas”. A comoção tomou conta da cidade de Paulo Afonso e em todos os cantos onde chegavam suas belas mensagens, com a notícia da morte de Janio, um cronista que regressou à tradição lírica e humorística da crônica carioca dos anos 50 e 60, mas situando seu espírito no sertão, no homem e na cultura de Paulo Afonso e arredores.
Muitas manifestações de carinho e apreço inundaram as redes sociais. Amigos do jornal A Tarde também se pronunciaram: “Seus textos eram cheios de poesia, bebida, pratos fartos e vida. Fomos amigos por 16 anos, mas sempre à distância, na base do ‘nunca te vi, sempre te amei’. E como o amei! Seu primeiro texto no jornal A Tarde se referia a João Ubaldo Ribeiro e já trazia toda a graça e agilidade de seus escritos futuros. Quem era aquele desconhecido que escrevia tão bem? - nos perguntávamos na redação. Levado ao jornal pelas mãos de Vitor Hugo Soares, não parou mais de viver em voz alta, na página de opinião. Hoje, fico desnorteado com sua perda. Parece uma crônica sem desfecho. Ou uma história absurda do próprio Janinho. Fiquemos atentos. Ele ainda pode estar vivo, na virada de alguma esquina, só para nos pregar uma peça”, homenageou o jornalista Claudio Leal, que trabalhava no jornal A Tarde à época do ingresso de Janio, em 2005.
“Conheci Janio ainda garoto, em Santo Antônio da Glória, hoje um bairro de Paulo Afonso. Eu tinha perdido o contato dele e, um dia, recebi um e-mail de uma pessoa falando de um artigo meu que tinha lido. E aí respondi: olha, eu sei quem é você. Era o Janio”, conta Vitor Hugo Soares. “Eu disse, então: sei que na sua gaveta deve ter alguns bons escritos, pegue o primeiro que você achar e me manda. Não deu outra, ele me enviou uma crônica, eu publiquei na página de opinião do jornal A Tarde. Foi um sucesso logo de saída, um texto primoroso”, recordou o jornalista. “Ele sempre foi um tipo raro de cronista. Aqueles talentos que escrevem no correr da pena, ele tinha muito essa capacidade”, observou.
“Apesar de nunca o ter encontrado pessoalmente, era um amigo muito querido. Tínhamos um excelente e frequente diálogo. Fiquei realmente triste”, comentou Dimitri Ganzelevitch, também articulista de A Tarde. O professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Nelson Pretto, foi outro a prestar homenagens ao colega. “Não consigo acreditar que se foi dessa vida o meu vizinho aqui em A Tarde, que se tornou um grande amigo de um único encontro. Janio Soares era - era nada, é! - um gênio da escrita, da cultura, da amizade e da raça humana”, afirmou Pretto. “Além de reunir uma série de qualidades que faziam dele um de nossos melhores cronistas, Janio transbordava simplicidade e amor - à sua região, ao São Francisco, ao seu sítio, sua família, suas plantas e seus animais. E sabia cultivar amigos. Boa parte deles nem o conhecia pessoalmente, o que não impedia frequente e rica troca de correspondência”, garantiu a diretora de Redação de A Tarde, Mariana Carneiro.
A presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviços Públicos da ALBA explica que a vida política de Janio em sua terra natal começou em 1988, quando o então prefeito de Paulo Afonso, Zé Ivaldo, convidou o jovem para assumir o departamento de turismo e eventos da cidade. Desde sua primeira posse, Janio só esteve ausente da cadeira quando se tornou também secretário no município de Glória. Em todos os outros anos e até este domingo (12), ele ocupou a cadeira de secretário em Paulo Afonso, sendo responsável pelo incremento no setor de eventos do município. A Copa Vela, um dos feitos de Janio, consagrou, nacionalmente, o nome da cidade de Paulo Afonso”, citou a legisladora, acrescentando ainda que o gestor escreveu seu nome no fomento às práticas esportivas de aventura, promovendo, inclusive, o maior encontro de motociclistas do Nordeste, atraindo milhares de pessoas ao município nos dias de competição.
Janio Soares nasceu exatamente a uma semana da emancipação política de Paulo Afonso, em 21 de julho de 1958. Filho de Cecília e do Tenente Zé da Silva, sobrinho de D. Alda do Cartório, cresceu numa casa sombreada por umbuzeiros e tamarineiros na cidade de Glória, hoje submersa “pelas águas do mesmo rio que lambia as suas costas”. Foi assim que o próprio Janio Soares escreveu a sua biografia para o arquivo da Academia de Letras de Paulo Afonso (ALPA), onde foi recebido festivamente há 4 anos, no dia 12 de dezembro de 2017, em solenidade realizada no Memorial Chesf de Paulo Afonso. “Um amor de pessoa, quanta sensibilidade. A notícia da partida tão estúpida de Janinho pegou seus apaixonados leitores de maneira muito forte. A cada 15 dias, o sábado era iluminado pelas suas crônicas em A Tarde. Janinho deixou um legado incomensurável”, pontuou a socialista.
Janio deixa a esposa Valéria, além de três filhos, parentes, amigos, uma legião de admiradores e muita saudade. “Meu carinho fraterno e o abraço afetuoso a todos aqueles que tiveram a honra da convivência com Janinho, mesmo de longe. Ele era um dos filhos mais queridos de Paulo Afonso”, declarou Fabíola, informando ainda que o prefeito Luiz de Deus decretou luto de três dias, lamentando profundamente a partida do secretário, com quem mantinha um laço de amizade há anos. “Descanse em paz, Janinho!”, finalizou a parlamentar, solicitando que seja dado conhecimento desta moção à família de Janio Ferreira Soares, às Prefeituras e Câmaras Municipais de Paulo Afonso e de Glória, à Academia de Letras de Paulo Afonso (ALPA) e ao Jornal A Tarde.
Fonte: Editoria de Notícia da Agência da
ALBA - www.al.ba.gov.br, de 15/12/2021
https://www.al.ba.gov.br/midia-center/noticias/53241
É uma saudade eterna e uma lembrança surreal. Pouca coisa no mundo tinha mais vida que Janinho. A morte não combina com ele . Talvez por isso a gente ainda insista em falar dele como se aqui estivesse , rir das suas piadas, imaginar qual artista escolheria pra copa vela , ou qual seria a próxima crônica. Tive a honra de tê-lo como colega de trabalho e o grande prazer de tê-lo como amigo.Morro de saudades e tenho certeza que o céu ficou muito mais alegre agora , por isso que o chamaram . Um amor que Paulo Afonso não esquecerá . Feliz 64 anos para a nossa cidade e pra Janinho, esteja onde estiver !