Na sequência triste e interminável da guerra, há algo profundamente paradoxal. É um palco onde jovens, que muitas vezes nunca se cruzaram antes e que não nutrem rancor mútuo, se veem lançados em um turbilhão de violência. Eles são marionetes nas mãos de políticos e líderes militares mais velhos, que, por vezes, carregam ódios históricos e profundos entre si. Essa ironia da guerra é habilmente encapsulada nas palavras de Paul Valéry.
Os jovens soldados, com vidas cheias de promessas e sonhos, marcham para o desconhecido. Eles partem de lares amorosos, com histórias e culturas diversas, mas ao atravessar as fronteiras da guerra, tornam-se soldados uniformizados, muitas vezes incapazes de distinguir amigos de inimigos. Aqueles que outrora compartilhavam risadas e sonhos agora compartilham apenas o estampido das armas e o medo que ecoa em seus corações.
No entanto, nos corredores do poder, os líderes idosos, muitas vezes impulsionados por agendas políticas, econômicas ou ideológicas, tomam decisões que lançam esses jovens em batalhas mortais. Eles conhecem uns aos outros, muitas vezes pessoalmente, e talvez nutram desdéns profundos uns pelos outros. Mas eles não se enfrentam no campo de batalha; em vez disso, observam de longe, seguros em suas posições de liderança.
A guerra é, portanto, uma encenação trágica em que os jovens são os atores involuntários de um conflito criado pelos mais velhos. As motivações podem variar, desde território e recursos até ideologias e vingança histórica. Mas os que sofrem, que pagam o preço mais alto, são sempre os jovens que, de outra forma, poderiam ter se encontrado como amigos em um mundo pacífico.
E assim, a reflexão de Valéry nos lembra da necessidade de buscar soluções pacíficas para nossos desacordos, de encontrar maneiras de evitar que os jovens sejam lançados nessa dança macabra da guerra. Talvez, se os líderes idosos olhassem além de suas próprias rivalidades e desdéns, poderiam criar um mundo onde os jovens não fossem mais forçados a matar uns aos outros em nome de agendas que muitas vezes nem entendem.
A guerra, com sua triste ironia, deve nos inspirar a promover a paz, para que os jovens de todas as nações possam crescer em um mundo onde a única dança que conhecem seja a dança da amizade e da compreensão. E que os velhos, moldados em suas agruras e vícios, trabalhem para a paz.
Luciano Júnior
Do livro: Minhas Crônicas no Exílio
É uma guerra, cujo estopim tem origem histórica, geográfica e religiosa, que formaram nações. Sendo hoje cultivada e mantida por interesses econômicos e políticos, onde ambos os lados não possuem a bandeira do justo e perfeito.
A guerra é uma estúpida experiência humana, prova da nossa impotência frente os interesses da minoria que detém o poder.
A foto da reportagem é os recentes fatos parece nos remeter a faixa de Gaza e aos atos terroristas praticados pelo Hamas, como por exemplo, decolar crianças, estupros, vilipendios de pessoas assassinadas etc...de forma covarde e traiçoeiras.Pensar num mundo aos moldes da música Imagine de John lenon, seria o ideal mas parece meio utópico. Desde os primórdios da humanidades que existem às guerras, não por vontade dos mais velhos, mas por interesses imensuráveis e diversos.É o que presenciamos, no caso em especial de Israel, é uma luta por território é antissemitismo.De um lado jovens alienados e assassinos, e de outro jovens e idosos agindo em ato de legítima defesa à fim de preservarem a soberania do seu Estado, reconhecido legitimamente pelas leis internacionais, e as própria sobrevivência pela segunda vez.Basta recordamos o holocausto durante a segunda guerra em que Hitler assassinou mais de 6 milhões de Judeus.Enfim, acredito que a natureza humana, de um modo geral, não é propensa à promoção da paz, mas da violência. A história está aí já contada para corroborar esses argumentos. " Do lema em latin: Se vis pace parrabelum...se queres à paz, prepara-te para a guerra".Infelizmente, os precedentes históricos nos remetem à violência e não a paz tão desejada.