Francisco Nery Júnior
Membro da ALPA – Cadeira 18
E lá ia ela atracada à tenra e colossal muda. Na sua cabeça – pude ler de relance ao prosseguirmos lado a lado na via bem cuidada de Paulo Afonso -, a imponente árvore, dádiva de Deus; sombra, frutos e consolo muito bem descritos pelo poeta. Proativa e otimista, era isso que via. Aliás, que antevia. A nossa personagem excedia na tarefa de gerente da Natureza. Na garupa da moto, apoiada no tenaz motoboy, embaixo do sol abrasador, a brisa, em contrapartida, alisava-lhe os cabelos soltos ao vento. Os dentes brancos de satisfação completavam o quadro de prazer e felicidade.
Não sei para onde ia, nem exatamente onde plantou a muda de árvore. A certeza, pelo descrito, é que plantou. Há outros tantos que preservam (e quero crer entre eles o leitor). Foi o caso, li no site, da limpeza do pé da barragem de Moxotó. Se pela Chesf ou pela Prefeitura, não sei. Não interessa. Cumpriam o seu dever e deviam estar seguindo diretrizes técnicas de segurança. Cortavam algumas árvores.
Li, mais adiante, que moradores ou vizinhos assustados – o corte de uma árvore assusta! – chamaram a polícia. A derrubada de uma árvore sem razão lógica assusta. Ou o leitor não se lembra que o oxigênio que mantém a nossa vida é fornecido por elas?
Não prossegui na leitura. Para a nossa crônica, a conversa vai de bom tamanho. Fica o belo exemplo dos moradores do pé da barragem. Belo exemplo de comprometimento e de responsabilidade comunitária.