Saiu no Le Monde de 1º de maio. A assembleia legislativa da Flórida acaba de aprovar, por uma maioria confortável, a possibilidade de os professores darem aula com uma arma na cintura. A lei deverá ser sancionada, ainda segundo o jornal francês, pelo governador republicano daquele estado do sudeste dos Estados Unidos. Algumas escolas americanas já começam a parecer verdadeiras fortalezas.
O pânico americano não é infundado. O massacre ocorrido em uma escola de Columbine, Colorado, em 20.04.1999, já se repetiu 28 vezes nos Estados Unidos com muitos mortos e feridos. Nessas ocasiões, verificou-se o papel fundamental dos mestres na organização da defesa e proteção dos seus alunos, muitos usando o próprio corpo como barreira de defesa.
A medida é controversa e releva muita discussão, não obstante a folga da aprovação na assembleia motivada pelo estado de ânimo dos floridianos, e dos americanos em geral, face às matanças gratuitas.
O porte é voluntário e só deverá ser concedido após rigoroso treinamento de quem optar pelo uso da arma.
A minha leitura no jornal francês aconteceu apenas duas horas após ter ouvido em um noticiário brasileiro que um coordenador de escola havia sido baleado e morto por um aluno de 17 anos que havia quebrado alguma regra escolar e deveria ser transferido para outro estabelecimento.
Já tivemos três ou quatro tiroteios em escolas brasileiras. As agressões físicas já estão ficando corriqueiras. Como teria votado o meu leitor pauloafonsino, pai de aluno seu maior tesouro, me permito conjecturar, se fosse um daqueles deputados? Teria ficado com a maioria vencedora ou com a minoria perdedora?
Eu nunca concordaria com isso, armar os professores nas salas de aulas. É como desviar o objetivo do professor. Talvez seja considerado antiquado mas eu considero o professor como um bom padre, um bom pastor, uma professora, uma inspiração para a vida, cheios de amor para oferecer. E nunca me passou pela cabeça, apesar do mundo de cabeça para baixo como está, a possibilidade de uma arma ser instrumento de trabalho de um professor, uma professora. Totalmente fora de cogitação. Como não apoio essa de Bolsonaro e Trump terem a Bíblia em uma mão e uma arma de última geração na outra. Pura fanfarronice ou acordo com os fabricantes de arma. Concordo que, na verdade esse ambiente hostil em que vive o mundo hoje, como caminha o mundo, é a falta do reconhecimento do Filho de Deus.