O leitor certamente se lembra que há mais de dez anos bradamos, pela observação do andar da carruagem, que os tombos viriam. Também se lembra – e temos repetido ao extremo – que as nações desenvolvidas são as que ouvem os seus filósofos.
A razão do primeiro parágrafo: os tombos estão chegando em forma de cortes e um dos primeiros deverá acontecer na pasta da educação; cerca de 30% de corte no orçamento da educação.
Não obstante simpatizarmos com a cobrança da anuidade nas nossas universidades federais para quem pode pagar, para os ricos, carece remarcar que o corte orçamentário deverá acontecer tanto no ensino básico e técnico, como no ensino superior.
Por outro lado, a ciência que cortes na educação, sempre danosos, não constituem uma invenção do governo Bolsonaro.
Filósofos, a outra razão do primeiro parágrafo, são aqueles que observam, meditam, estudam, ouvem, alertam e oferecem soluções. Isto ainda é embrionário no Brasil.
As grandes universidades do mundo são verdadeiras chocadeiras de ideias atuando como parceiras da iniciativa privada e geradoras de soluções para o setor público. Não podemos, no Brasil, passar do ódio aos empresários ao desprezo dos filósofos.
O anúncio do corte na educação poderia ser precedido por cortes, por exemplo, no gasto com carros oficiais (1.6 bilhão, segundo a senadora do Maranhão) ou, no âmbito do legislativo, no auxílio correio de R$9.000,00 mensais para cada senador, segundo o senador Cajuru.
Compreendemos que a retração da arrecadação gera ajustes de contingenciamento, mas não conseguimos entender o corte seguinte de 95% no programa de construção de cisternas no semiárido do Nordeste (declaração do deputado Daniel Almeida do PCdoB Da Bahia).
Muito menos entendemos, insistimos, que o rigor no controle orçamentário do governo comece com cortes relevantes na educação.