O Oriente, por natureza, sai na frente. A China e a Índia, do outro lado do mundo, nos enviam dois belos exemplos de como se desenvolver. Fica assentado que a Índia, país de elite de primeiro mundo, ainda não soube – ou não conseguiu – se libertar de crendices, preconceitos e organização social que, para nós, sem ofensa aos indianos, parecem retrógrados. Visitando universidades americanos, têm-se a impressão de estar na Índia. Numa dessas visitas, um desses doutores, não de anedota ou de champanhota, fez questão de humildemente me acompanhar até o departamento que eu procurava, turbante na cabeça e tudo mais do gênero.
Agora na China, muralhas de séculos bem presentes, o Partido Comunista terceirizou a ideologia. Deixou para os teóricos o blablabá dos teóricos inconsequentes. A China cresce na base de 7 a 10% ao ano por mais de trinta anos. Eles tiveram um Deng Hsiao Ping que aceitou pagar o preço da quebra do nhenhenhém improdutivo. Nós por aqui lutamos para crescer pouco menos de 2% ao ano após ter encaixado marcha a ré no Governo Dilma Rousseff.
Os leitores atentos e estudiosos – que têm a capacidade de contribuir mais – podem redarguir que temos crescido. Eles têm razão. Poderiam citar os avanços desde Cabral, passando por Tomé de Souza, donatários de Pernambuco e São Vicente, Dom João, Pedro I, Deodoro para alguns, Getúlio Vargas, Juscelino e os generais presidentes. O Brasil cresceu na base de 7% ao ano durante os governos militares.
Mas não podemos deixar de argumentar que o nosso desenvolvimento poderia ter sido maior se considerarmos as nossas potencialidades. O povo sabe disso. E o povo se agarra em toda e qualquer nova esperança. A nossa esperança do momento é o governo Jair Bolsonaro. Como o bispo aposentado do Rio de Janeiro nos ensinou que a vida acaba quando acabam os sonhos, mantemos a esperança.
A China vai bem sob a garra teórica do Partido Comunista. Paradoxalmente capitalista na prática, segue se desenvolvendo. Os chineses sabem não mexer no time que está ganhando. A Índia acaba de reeleger, com folga de cadeiras no parlamento, o nacionalista Narendra Modi, do BJP, Partido do Povo Indiano, primeiro-ministro. Os dois países da nossa crônica entraram na marcha do desenvolvimento. Encontraram o seu caminho que, evidentemente, carece de correções de rumo.
Nós, no Brasil, erramos incompreensivelmente caminho afora. Erramos nesse sentido e erramos os erros de dirigentes ensimesmados, talvez vaidosos e egoístas, que mais parecem estar remando para trás enquanto o barco afunda para o precipício.
Francisco Nery Júnior