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Opinião/Reflexão/Crônica

Agressão a professor deveria ser crime hediondo

HOJE é “Dia do Professor”. Porque Dia do Professor, é todo dia e uma vez Professor, sempre Professor.

Publicada em 06/06/19 às 12:48h - 2251 visualizações

Professor Antônio Galdino


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Agressão a professor deveria ser crime hediondo
 (Foto: Images ilustrativas, da net)

De vez em quando as redes sociais e a mídia mostram ao mundo cenas chocantes de professoras, professores sendo ameaçados e agredidos por alunos, por pais de alunos e ainda sofrem com a falta de apoio e a omissão de diretores de colégios e universidades diante destes fatos.

E soa mesmo como uma grande piada de mau grosso que emissoras importantes de televisão anunciem aos quatro ventos, que “o professor é o único profissional que forma todos os outros”.

De que vale essa assertiva se os profissionais, para exercer esse sacerdócio, ganham salários ridículos, beirando o salário mínimo, têm dificuldade de acesso às facilidades da tecnologia, alimentam-se mal e vivem correndo porque precisam estar em duas, três escolas ou assumir uma carga de trabalho intensa para se manter vivo.

É muito triste ver o nível de degradação da "educação" nosso país, do respeito a quem se doou a vida inteira como mestre e educador. É muito triste ver que hoje estudantes merecem espaço na mídia e nas redes sociais porque agrediram, feriram, ameaçaram professores que estavam em pleno exercício de sua função na sala de aulas.

E estes agressores, certamente vindos de famílias desestruturadas, só têm direitos, inclusive o direito de que o seu rosto de imbecil e bandido não seja mostrado ao mundo e essas atitudes são defendidas pelos "direitos humanos", por leis caducas, totalmente fora do contexto atual, porque estes não são humanos, são animais irracionais.

Como professor, dói muito acompanhar pela mídia relatos de atitudes como a que se viu em Senhor do Bomfim, na nossa Bahia e este foi apenas mais um caso de imagens chocantes de professores sendo agredidos no pleno exercício da sua missão que é um sacerdócio.

E ainda, os professores, são desrespeitados por pais que não quiseram educar seus filhos em casa, por diretores omissos e mais interessados em defender ideologias e fazem toda a média com pais e alunos para serem reeleitos todos os anos.

Dói ver a diferença de atitude em relação aos professores no Brasil e nos países orientais. Embora não seja verdadeira por conta das tradições japonesas, a afirmação de que no Japão, por exemplo, o professor é o único profissional que não faz reverência ao Imperador porque, o próprio Imperador afirma que "se não houvesse professor, não haveria imperador", ali e em outros países orientais e europeus há um profundo respeito e valorização a estes profissionais.

Saudade do nosso Colepão de Ouro, onde os professores realmente ensinavam e os alunos realmente queriam aprender, como lembra o velho e sábio professor Ivus Leal, em uma crônica que fez para a publicação COLEPA em Revista, publicada em Julho de 2013 pela Galcom Comunicações, onde ele diz

“Havia no Colepa uma trilogia que proporcionava um clima ameno de orientação da aprendizagem: alunos querendo aprender, família presente na escola e professores dedicados integralmente.”

E eu acrescento: E cantar o hino nacional sempre foi um ato de amor espontâneo e isso nos fazia bem e nem precisava vir como uma imposição do governo. É o respeito à Pátria Amada, Brasil!

Com isso se estabeleceu um nível de confiança e respeito entre alunos, familiares e professores e o resultado ainda hoje se vê, com ex-alunos ocupando cargos importantes em grandes empresas do Brasil e de outros países e sendo modelos, exemplos quando chamados para o exercício de atividades em órgãos públicos.

Infelizmente o comportamento de muitos hoje, alunos, professores, diretores escolares e autoridades do país, deixam no ar dúvidas e incertezas de como será o amanhã.

Como apregoa uma publicidade veiculada nas grandes emissoras de televisão desse país. “tudo começa pelo respeito”. E está faltando respeito aos professores tanto da parte de alunos desassistidos pelas famílias, como está faltando mais reconhecimento e valorização do seu trabalho por parte de diretores incompetentes mas apaniguados de alguns poderosos e de gestores do poder público que perseguem e demitem professores porque o seu compromisso está com os partidos que os ajudaram a ser eleitos.

Por causa disso, grandes cientistas brasileiros estão atuando em outros países, cresceu o número de analfabetos e o nível de conhecimento elementar de Língua Portuguesa e Matemática, está entre os piores, “no rabo da gata”, no fim de uma lista de mais de cem países.

E, de fato, tudo passa pela valorização, maior reconhecimento e respeito aos professores.

Acorda, Brasil!!!

Para completar esse raciocínio deixo para reflexão dos meus leitores este poema do cearense Bráulio Bessa sobre o professor. Emocionante e verdadeiro. Também acredito. E você? 

Professor Antônio Galdino da Silva

 

A Força do Professor

Um guerreiro sem espada
sem faca, foice ou facão
armado só de amor
segurando um giz na mão
o livro é seu escudo
que lhe protege de tudo
que possa lhe causar dor
por isso eu tenho dito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Ah... se um dia governantes
prestassem mais atenção
nos verdadeiros heróis
que constroem a nação
ah... se fizessem justiça
sem corpo mole ou preguiça
lhe dando o real valor
eu daria um grande grito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Porém não sinta vergonha
não se sinta derrotado
se o nosso pais vai mal
você não é o culpado
Nas potências mundiais
são sempre heróis nacionais
e por aqui sem valor
mesmo triste e muito aflito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Um arquiteto de sonhos
Engenheiro do futuro
Um motorista da vida
dirigindo no escuro
Um plantador de esperança
plantando em cada criança
um adulto sonhador
e esse cordel foi escrito
por que ainda acredito
na força do professor.




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