Não resta dúvida que o desenvolvimento deve ser integral, vertical e compreensivo. Mas nada a estranhar que um indivíduo, dentre 6 ou sete bilhões, se dedique a plantar árvores. Nada de neurose ou ideia fixa.
Pelo contrário, muito presente a noção de grupo, ou seja, o indivíduo se sente produtivo na comunidade dos seres da terra. É como se ele se sentisse remando para a frente. A turma do mar nos dá um belo exemplo: todo o esforço da tripulação consiste em levar o barco para vante com segurança e determinação.
Plantar árvores é uma questão de sobrevivência. Um estudo conduzido por pesquisadores da Escola Politécnica de Zurique da Organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FAO) acaba de ser publicado pela revista “Science”.
A revista afirma que reflorestar maciçamente a terra seria uma das soluções mais eficazes para atenuar a mudança do clima. As florestas estocam carbono (o aquecimento é causado pela quantidade de carbono presente na atmosfera sob forma de CO2).
Ainda segundo o estudo, há um bilhão de hectares de cobertura arborizada suplementar sobre a Terra, 14 vezes a superfície da França, com capacidade para abrigar mil bilhões (um trilhão) de árvores suplementares.
Não se trata de pregar uma floresta para Paulo Afonso. Embora tenhamos angariado uma meia dúzia de inimigos por [sorrateiramente] plantar árvores na cidade, como o malfeitor na calada da noite para não ser alvejado, insistimos, como a revista “Science”, que essa prática poderá ser a salvação do planeta.
Vimos, em Paris, capital da França, cidadãos plantando árvores em locais públicos sob controle da administração municipal. Poderíamos fazer o mesmo. Questão de visão e responsabilidade com o dinheiro do contribuinte.
Francisco Nery Júnior