Jamais tivemos a veleidade de duvidar que interesses nada republicanos comandem a publicação em massa de incêndios na Amazônia. A nossa visão, nada infantil já que a vida acaba quando acabam os sonhos, é de uma exploração compreensiva e responsável por parte exclusivamente dos brasileiros. Ainda sem veleidade, [isso] enquanto o mundo não chegar à conclusão que todos os povos são iguais em essência e que todos deveriam ser beneficiados pelas todas – repetindo, todas – riquezas do planeta.
Quanto à afirmação que a floresta pode virar um deserto por força da exploração em favor do desenvolvimento dos amazônidas, surge o argumento que o deserto do Sahara assim se formou sem a intervenção do homem, bem como sem a mesma intervenção, as placas tectônicas se deslocam.
Por outro lado, por que deveríamos “destruir” a floresta que é um dom da Natureza com sua fauna e flora e suas riquezas minerais? Por que não prezar a biodiversidade? Novamente ressaltamos a exploração responsável – que é possível.
Aqui na França as pessoas não parecem muito ligadas no tema. Pelo menos o cidadão comum no meio da rua. Entretanto verifique o leitor o que foi publicado no Le Monde de hoje, 30 de agosto:
“Os incêndios na África e na Amazônia são comparáveis?” E continua: “O Le Monde acompanha com atenção os incêndios que destroem a floresta amazônica. Mas focos de incêndios também acontecem na África subsaariana, sem no entanto suscitar o mesmo interesse. Na realidade, de igual gravidade, as duas situações não são menos diferentes.”
Para encerrar, continua o jornal: “A região abriga a bacia florestal do Congo. Se a floresta amazônica é por vezes considerada – um pouco precipitadamente – como o primeiro pulmão do nosso planeta, a floresta tropical congolesa pode ser apresentada como o segundo.” (Foto abaixo: Fogo na floresta do Congo - jornaleconomico.sapo.pt)
Francisco Nery Júnior - De Toulouse na França para o jornal Folha Sertaneja