Há um mês na França, passo a descrever para o leitor o que vi de diferente do que temos ou fazemos em Paulo Afonso. Falo do que testemunhei em Toulouse, cidade do sudeste do país. Em outras palavras, o que poderíamos aproveitar e o que deveríamos desprezar. Esta [é] a intenção. O leitor, como sempre, decide:
1.A Igreja Batista de Toulouse serve a Santa Ceia todos os domingos. Não há culto à noite. Ninguém entra e sai para beber água durante o culto.Tambores e pandeiros tocam suavemente, um convite à adoração. Na França, o respeito à tranquilidade do vizinho é fundamental;
2.Não há buracos nem batentes nas calçadas de Toulouse. Você sai do aeroporto e pode puxar a sua mala quilômetros a fio. Os bares, entretanto, no centro, podem colocar cadeiras e mesas contanto que deixem um espaço para os pedestres;
3.Ninguém faz buracos nas praças para armar barracas ou exposições. Eles usam um tipo de bloco de concreto com furos. Ninguém faz massa na calçada ou no assalto;
4.Em alguns pontos da cidade há bebedouro público. A qualidade da água é garantida;
5.Os tulusianos de todas as idades se deslocam em bicicletas;
6.Eles saem com os cachorros. Não apenas levam os cachorros para passear como fazemos. Vi pessoas entrarem no trem com bicicletas e cachorros;
7.Todo fim de mês, na ruas do centro, acontece a braderie. As lojas colocam cavaletes na calçada e vendem seus produtos com desconto;
8.Táxi é caríssimo na França. Uma corrida de 10 km custa 25 euros; úber! Não há mototáxi nem tuk-tuk;
9.Eles estão para batata (batata do reino ou batatinha) assim como nós estamos para feijão com arroz. Na composição de todo prato está a batatinha;
10.As lojas não fornecem sacolas. Poucas fornecem (vendem) sacolas de papel. Nunca sacolas plásticas;
11.Todos os mendigos têm cachorro para evitar que a polícia os retire da rua. Alguém me disse que a polícia não dispõe de canil;
12.Mais de uma vez vi restaurante ou bar que disponibiliza um micro-ondas para o cliente, se desejar, esquentar o seu prato;
13.Nao vi nenhum, mas fui informado que eles praticam o vide-grénier que os americanos chamam garage sale. Eles juntam muita coisa que querem descartar e colocam na frente da casa para venda. O vizinho que estiver interessado compra.
Então, leitor, o que você assimilaria ou recomendaria para os gestores da nossa cidade?
Francisco Nery Júnior, de Toulouse/França para o jornal Folha Sertaneja
César seu comentário foi brilhante
Muito interessante, a qualidade de ruas e calçadas, aqui cada um faz o seu obstáculo para o pedestre.