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Opinião/Reflexão/Crônica

O fracasso da Usina de Belo Monte...

...e a credibilidade do colunista e do site – irresponsabilidade e propinas

Publicada em 07/12/19 às 11:02h - 1185 visualizações

Tradução do francês por Francisco Nery Júnior


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O fracasso da Usina de Belo Monte...
 (Foto: Mundo Educação)

Há algum tempo publicamos, neste site, que um dia o Brasil iria se arrepender por ter optado pela construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu, no regime de fio d’água. Construí um texto, assinei e o site publicou.

Observe o leitor a matéria publicada pelo jornal Le Monde de 05.12.2019. O jornal é de orientação esquerdista e circula na França, tradicional berço da liberdade e do acolhimento aos perseguidos políticos de todo o mundo. Seque a tradução do texto:

Le barrage Belo Monte, au Brésil, «monument au gaspillage et à la folie», met en marche sa dernière turbine

A usina de Belo Monte, no Brasil, “monumento à gastança e à insanidade”, coloca em funcionamento sua última turbina.

Por Anne Vigna. Publicado em 30 de novembro de 2019 às 11h10 – postagem posterior em 01 de dezembro de 2019 às 06h02.

A última turbina desta central, estrutura mastodonte em um afluente do Amazonas, cujo início das obras se deu no governo Lula, foi inaugurada às pressas pelo presidente jair Bolsonaro.

Foram necessários dezenas de anos de estudos e onze anos de trabalho para construir Belo Monte, a quarta usina mais importante do mundo em plena floresta amazônica.

Todavia, na quarta-feira 27 de novembro, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, cumpriu o ritual de inauguração em poucos minutos e em silêncio. Com efeito, difícil tecer louvores a uma realização que não cumpre nenhuma de suas promessas e que Felício Pontes, procurador regional da República, encarregado de Belo Monte, hoje descreve como “um monumento à gastança e à insanidade”.

A usina, que o pessoal local chama de “Belo Monstro”, é efetivamente um buraco financeiro estimado em 10 bilhões de euros e financiada em mais de 80% com o dinheiro público.

Projetada para produzir 11.000 megawatts (MW) de energia com a décima-oitava turbina, colocada em funcionamento esta semana, até o dia de hoje ela não tem produzido mais de 4.571 megawatts em média por ano a partir de 2016. Um pífio resultado que a concessionária, Norte Energia, acabou por reconhecer, apesar dos desmentidos reiterados da sua equipe de comunicação.

Isto corresponde, com efeito, a dar razão às dezenas de estudos científicos e técnicos que alertavam há anos sobre a não rentabilidade do mastodonte. O projeto original de Belo Monte dos anos 1970 era bem diferente: compreendia seis barragens que iriam inundar 20.000 km² de terras para produzir 11.000 MW de eletricidade. Foi contra essa obra que o cacique Raoni se levantou com a ajuda no exterior do cantor Sting.

Propinas

“A enorme surpresa foi ver o presidente Lula retomar, em 2010, um projeto da ditadura e nos vender como uma coisa boa”, relata Sheila Jakarepi, uma das opositoras da barragem com o seu povo, os Juruna.

Para este segundo projeto, o governo de esquerda teve o cuidado de poupar alguns territórios indígenas. A inundação é “limitada” a 500 km² com uma só barragem, mas a capacidade prevista é mantida em 11.000 MW. “Uma mentira”, para um dos melhores especialistas desta barragem, Philip Fearnside, pesquisador do Instituto nacional de pesquisas sobre a Amazônia (INPA) em Manaus: “Belo Monte jamais produzirá esta energia e, se vier a conseguir, isto acontecerá com outros reservatórios instalados no futuro.”

Os peritos sabem há muito tempo que a barragem estará praticamente seca, quando a vazão do rio Xingu fica consideravelmente reduzida: “Só uma turbina funciona nesta estação e isto vai se acentuar com a mudança climática”, acrescenta o senhor Fearnside, que é ao mesmo tempo perito do Grupo de peritos intergovernamental sobre a evolução do clima (GIEC).

“Eu sempre alertei o governo sobre os trabalhos de peritos que diziam todos que esta barragem não era rentável”, acrescenta o procurador Felício Pontes. “A obstinação era incompreensível. Hoje nós sabemos que existia um esquema de corrupção com esta barragem. É talvez a razão desta insanidade.”

No espectro da operação “Lava Jato”, as empreiteiras que construíram Belo Monte reconheceram em 2017 terem pago 1% do custo da estrutura em propinas. Uma confissão bem tardia, quando a usina já estava em funcionamento. O Ministério Público tentou paralisar a obra impetrando vinte e quatro ações judiciais. Em 90% dos casos, os juízes deram razão ao ministério, “mas a concessionária tem sistematicamente feito valer uma disposição, datada da ditadura militar, e que suspende uma decisão de justiça se esta for contrária ao desenvolvimento e ao interesse nacional”, explica o senhor Pontes.

Tradução do francês por Francisco Nery Júnior




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