Em 15 anos, até 2035, nem uma gota de água poderá alcançar o lago de Sobradinho. A afirmação é do senador Otto Alencar, apaixonado – e responsável – defensor do São Francisco. Apesar de toda chuvarada em Minas Gerais, caixa d’água do rio, a cota do grande lago mal chega a 34% no momento. A posição de Paulo Afonso como capital da energia já está ameaçada com a produção de energia eólica na região [já] equivalente à necessidade de todo o Nordeste. Se o Velho Chico secar, com ele adeus à nossa pujança.
Não dá para entender - muito menos aceitar - que os prefeitos da calha do rio São Francisco e os governadores do Nordeste abandonem o senador baiano a pregar no deserto como João Batista ou a anunciar o dilúvio para os incrédulos como Noé. Diríamos, mais para cá, a bradar (na realidade lamentar, com toda a calma que lhe é peculiar) o fim do mundo como Antônio Conselheiro. O São Francisco está morrendo, pronto e acabou como berra José Luís Datena.
Poderíamos todos pregar e contribuir para a preservação das nascentes e para a reconstituição das matas ciliares [ao longo] do rio. Deveríamos fazê-lo; antes que seja tarde!
Em Paris, o Sena preservado, a prefeita quer criar uma centena de “miniflorestas urbanas” até 2026. O alvo é plantar 170.000 árvores na capital da França, segundo matéria publicada pelo Le Figaro em 08.02.2020. Costumava-se atribuir a Alphonse Allais o desejo de “construir as cidades no campo” porque “o ar é mais puro”, continua o Le Figaro. A proposta da prefeita poderá inverter a proposta do escritor instalando um pouco do campo na capital.
Tais miniflorestas seriam zonas em torno de 200 m2 com cerca de, no mínimo, 30 árvores em locais da cidade.
Anna Hidalgo é favorita nas sondagens e poderá ser reeleita para novo mandato até 2026. Na França é assim. Vamos imitar?
Francisco Nery Júnior
Nota do Autor: Alphonse Allais foi um escritor e humorista da França. Charles-Alphonse Allais nasceu na Normandia em 20 de outubro de 1854. Filho de um boticário, foi para Paris aos 18 anos onde faleceu em 28 de outubro de 1905.
temos que entender que éssa causa é a mais preocupante de todas em toda margem do nosso rio são Francisco ,oh povo até quando vamos estar dormindo ou presos ao nosso deleite diário, se fazendo de ignorantes ,sabendo que a natureza dará seu retorno.e que homem e natureza tem que andar em comum acordo
O velho Chico agoniza em seu leito de morte, e nem mesmo diante de tamanha agonia, os nossos governantes se sensibilizam. Oh seres desumanos!
Quando a última árvore tiver caído,quando o último rio tiver secado,quando o último peixe for pescado,vocês vão entender que dinheiro não se comeGreenpeace
Esse é mais um grito de alerta sobre a situação do rio São Francisco, agora feita pelo acadêmico e apaixonado pela arborização de Paulo Afonso, Francisco Nery Júnior.Mais um grito porque o jornal Folha Sertaneja, em seus 16 anos de vida, sempre levantou o tema em suas páginas. No Curso da ADESG que fizemos em 2006, coube à nossa equipe, formada por professores, especialistas em turismo, geógrafos, historiadores, levantar os problemas para o rio com o descaso, o assoreamento de suas margens, a invasão de esgotos e de agrotóxicos e a transposição sem que antes se fizesse a revitalização. Temos gritado pela revitalização urgente, também na Academia de Letras.Há poucos dias esteve o Bispo de Barra, D. Luiz Flávio Cappio, fazendo uma palestra no Memorial Chesf exatamente sobre esse tema: A morte anunciada do rio São Francisco. E a conclusão é simples assim: se o rio São Francisco morrer, todos nós, as cidades ribeirinhas, milhões de pessoas que vivem às suas margens, morrerão. Simples assim. Como esse é o único grande rio totalmente brasileiro e sua bacia banha os Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e ainda terras de Goiás e do Distrito Federal, cabe ao governo federal, como medidas urgentes, enérgicas e antipáticas para alguns, fazer a revitalização deste rio. Ou será mesmo o fim.Mas, infelizmente, Professor Nery, parece que todos estão surdos... Infelizmente...Antônio Galdino da Silva – Presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso - ALPA