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Opinião/Reflexão/Crônica

CORONA – BESTA FERA INVISÍVEL

Um cordel de XISQUEIRA

Publicada em 08/05/20 às 14:16h - 1452 visualizações

Ésio de Siqueira Alves


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CORONA – BESTA FERA INVISÍVEL
 (Foto: Imagem ilustrativa)


Antes, uma notinha da Redação:

Em tempo de pandemia do coronavírus, tem-se visto por aí, em jornais, TV, revistas especializadas e científicas, quase sempre em linguagem técnica ou um tantinho ajustada à realidade de cada lugar, descrevendo o “bicho”. Aqui pra nós e pro resto do mundo, nada melhor que conhecermos esse invasor do mundo e destruidor de vidas, com a linguagem que os sertanejos conhecem de có e salteado, como se diz nos terreiros das roças, no meio do mato, no encontro de repentistas no barzinho mais simples desses arrabaldes, desses sertões...  Então, vamos conhecer esse tal de coronavírus, apresentado pelo filho de Manoel X100 e D. Aretuza, o colega de infância nestas terras pauloafonsinas, chamado Ésio de Siqueira Alves. 

CORONA – BESTA FERA INVISÍVEL

 (cordel de XISQUEIRA)

 

Nosso mundo pega fogo

Com um vírus se alastrando

Tomou conta do planeta

Vai depressa se espalhando

Dizimando muita gente

O danado é bem potente

Nosso planeta arrasando

 

Essa peste se alastrou

Em todo lugar se amoita

Vem matando muita gente

É uma fera muito afoita

Atinge o novo, o ancião

Ataca sem distinção

Pelo mundo a besta açoita

 

A estatística mais lúgubre

Se pode presenciar

A negra morte faminta

À vida vive a espreitar

Para saciar sua fome

 Não é fera que se dome

Só Deus pra nos livrar

 

É ameaça velada

Que essa praga faz à vida

Não está tendo limite

Sua fome é desmedida

Tá trazendo muita dor

Sua fúria é um terror

Cada açoite uma ferida

 

Ela age como demônio

Mata de noite e de dia

Covarde e traiçoeira

Difusora da agonia

Demoníaca e feroz

Monstruosa e atroz

Matar é sua mania

 

Besta fera sem limite

A todos aterroriza

Foi solta pelo demônio

Na terra se enraíza

Se associou com a morte

Devora o fraco e o forte

E a vida banaliza

 

O Planeta está em pânico

Está desacelerado

Quase nada funciona

Tudo está ameaçado

A sombra negra ameaça

O que se vê é a desgraça

O humano destroçado

 

O corona é maldição

A sua fome é voraz

O sofrimento é horrível

A sua sanha é contumaz

À vida impõe sofrimento

Sua volúpia traz tormento

Só a morte lhe apraz

 

Impõe ao homem cabresto

E vive a lhe perseguir

Invisível, sorrateira

Impede a vida seguir

Com seus afiados dentes

Feito presas de serpentes

Para a vida extinguir

 

O homem está ferido

Luta com o impossível

Uma praga persistente

Que deixa um rastro terrível

A ciência acionada

Toda arma é usada

No combate ao invisível

 

E o homem se precavendo

Pra o estrago consertar

Luta em laboratório

Para a vacina criar

Aparece o charlatão

Nenhum traz a solução

Para essa peste curar

 

Vive num mundo invisível

Seu planeta é pavoroso

Ser reles, vil e infame

Funesto e monstruoso

Sua sanha incontinente

Devora o mau, o inocente

Deixa o clima assombroso

 

Corvo travestido em besta

Da carne se alimenta

Espreita as suas presas

Destroça e arrebenta

Destrói em progressão

Vítimas em profusão

Mata e não se contenta

 

O cão do sétimo livro

Assombra e traz a dor

Toca a trombeta da morte

Faz da vida um terror

Rouba da vida energia

Ignora a biologia

Mata com muito furor

 

As mortes se multiplicam

Continua o pesadelo

O atroz vírus medonho

Dissemina o flagelo

O ser humano assombrado

É morte pra todo lado

Verdadeiro desmantelo

 

Esse vírus monstruoso

Tem que parar de matar

Voltar para seu inferno

Onde deve se hospedar

Contaminar o capeta

Morrer na sua proveta

Nunca mais atanazar

 

Esio de Siqueira Alves

(XISQUEIRA)

30 DE ABRIL DE 2020





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1 comentário


Zacarias Queiroz Vilar

03/06/2020 - 07:59:12

Muito bom Esio. Você utilizando-se do seu dom poético para nós esclarecer sobre esse nefasto vírus complicador da vida humana na terra. Que Deus nos proteja. Um grande abraço. Zacarias Queiroz Vilar.


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